Presidentes na Expointer: Presença rotineira que virou eventual

Presidentes na Expointer: Presença rotineira que virou eventual

Líderes militares e presidentes eleitos democraticamente marcaram suas passagens pelo parque

Correio do Povo

Figueiredo participou da abertura e percorreu o parque na Expointer de 1980

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A visita do presidente da República à Expointer foi rotineira durante os governos militares, depois deixou de ocorrer por quase duas décadas e foi retomada, com participações esporádicas, pelos governos petistas. A cobertura do Correio do Povo mostra que tanto o general Ernesto Geisel, em 1974, 1976 e 1978, quanto o general João Figueiredo, em 1980 e 1982, seguiram roteiros parecidos no evento, que incluíram estar no palanque para a abertura, almoçar com autoridades e convidados e visitar expositores. Os discursos oficiais ficavam a cargo dos respectivos ministros da Agricultura. Em 1978, Alysson Paolinelli enumerou os programas oficiais de incentivo à pecuária daquele momento.

Em 1982, Figueiredo participou da cerimônia de abertura e do almoço, mas cancelou o passeio pelos pavilhões e antecipou o retorno a Brasília porque havia sofrido um ferimento no pé. Uma nota da Casa Civil, transcrita pelo jornal, explicou que o corte havia sido “provocado por fragmento de vidro de um copo que se quebrou ao cair da mesa no apartamento do hotel”. Em 1985, José Sarney visitou a feira e passeou entre expositores, peões e o público nos pavilhões.

As duas visitas de Lula à Expointer ocorreram em cenário de polêmicas. Em 2003 não havia animosidade entre governos e ruralistas, mas o país travava um debate acirrado em torno dos transgênicos. Em seu discurso, ao lado do presidente uruguaio Jorge Batlle, Lula prometeu que a questão seria decidida por critérios científicos. Os produtores esperavam pelo anúncio da liberação, mas não ficaram frustrados e aplaudiram o presidente pressentindo que logo seriam atendidos, o que ocorreu pouco tempo depois. Em 2010, poucos meses antes de deixar o cargo, Lula voltou a Esteio, mas não esteve no palanque oficial, o que frustrou os dirigentes rurais. O presidente foi direto ao Pavilhão da Agricultura Familiar, onde foi recebido como um pop star.

Em 2011, Dilma Rousseff esteve no palanque e afirmou que o Brasil tinha “plenas condições de enfrentar as turbulências”, referindo-se à crise econômica mundial que perdurava desde 2008 sem causar danos à economia do país. Em 2014, pouco antes de ser reeleita, Dilma disse, na feira, que tinha compromisso com a meta da inflação. “Mas não vou, para isso, desempregar o povo brasileiro”, reiterou.

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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895