Projeções para safra de verão do RS indicam recuperação

Projeções para safra de verão do RS indicam recuperação

Produção de soja estimada pela Emater/RS-Ascar para o ciclo 2022/2023 é de 20,5 milhões de toneladas

Patrícia Feiten

O meteorologista Flávio Varone (à esquerda) e o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, apresentaram estimativas para a safra de verão

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Após uma safra de verão assolada pela estiagem, o Rio Grande do Sul deverá colher 33,8 milhões toneladas de grãos no ciclo 2022/2023, um aumento de 70% na comparação com o ciclo anterior. A área plantada com arroz, feijão, milho e soja deve ter um avanço de 1,6% na mesma base de comparação, totalizando 8,2 milhões de hectares. Os dados preliminares da Safra de Grãos de Verão 2022/2023 no RS foram divulgados pela Emater/RS-Ascar nesta terça-feira, durante a 45ª Expointer, que ocorre até domingo no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

“Serão 14 milhões de toneladas a mais que vão circular no Estado se os números se confirmarem”, destacou o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, ao apresentar as projeções. Segundo Rugeri, o bom desempenho será puxado pelas safras de soja e milho, que no último verão foram fortemente impactadas pela escassez hídrica. Carro-chefe da agricultura gaúcha, a soja deve ocupar 6,5 milhões de hectares de lavouras, área 2,83% maior que a do ciclo anterior. A produção deve crescer 124,41% – para 20,5 milhões de toneladas –, impulsionada por um salto de 112,68% na produtividade, que atingiria 3.131 quilos por hectare, em média.

Para o milho, a estimativa é que sejam colhidas 6,1 milhões de toneladas, um resultado 104,54% superior ao da safra 2021/2022. A produtividade média esperada, de 7.337 quilos por hectare, representaria um avanço de 90,47% na mesma base de comparação. A área de cultivo deve aumentar 5,88%, para 831,7 mil hectares. “É um motivo de felicidade, pois podemos dar um alento para o setor de proteína animal”, disse Rugeri. Também foram apresentadas projeções para o milho silagem. Apesar da redução de 8,31% na área de cultivo, que no ciclo 2022/2023 deverá ser de 365,4 mil hectares, espera-se um crescimento de 78% na produção, com a colheita de 13,8 milhões de toneladas do cereal.

No caso do arroz, as estimativas iniciais apontam para uma redução de cerca de 10% na área cultivada, que cairá para 862,4 mil hectares. Com esse recuo, a colheita do cereal deverá ser cerca de 8% menor, fechando em 7 milhões de toneladas. Para o feijão primeira safra, a Emater/RS-Ascar projeta uma diminuição de 4,56% da área plantada, estimada em 30,5 mil hectares. A produção, no entanto, deve aumentar 23,22%, somando 51,9 mil toneladas.

Fenômeno La Ninã

Durante a apresentação dos números, o meteorologista da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Flávio Varone, que coordena o Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), destacou que o fenômeno La Niña está em declínio e não deverá ter impactos sobre a próxima safra de verão. “A tendência é de normalidade (no volume de chuvas). Mas estiagens curtas e localizadas podem acontecer”, ponderou.


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