Recursos para financiar a prosperidade

Recursos para financiar a prosperidade

Crédito pré-aprovado, linhas próprias e juros subsidiados dentro do Plano Safra 2022/2023 serão alguns dos benefícios ofertados pelas instituições bancárias na Expointer

Patricia Feiten

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Termômetro da importância do agronegócio para o setor financeiro, a Expointer de 2022 deve contar com a presença de várias instituições do segmento, entre bancos públicos e privados e cooperativas de crédito. Em um ano marcado por discussões em torno de fontes de recursos para financiar os sonhos de prosperidade no campo, a disputa pelas atenções dos agricultores deve ser acirrada. Grande parte das negociações projetadas para o período da feira envolve investimentos em máquinas agrícolas, segmento que está em crescimento no Brasil e no Rio Grande do Sul, mas os agentes financeiros também aproveitam o evento para estreitar os laços com os produtores rurais e identificar suas necessidades.

O Banrisul participa da feira com a meta de repetir ou mesmo superar os R$ 441 milhões em negócios concretizados e prospectados na edição do ano passado, considerando linhas de crédito com recursos equalizados, com repasses do BNDES (como Moderfrota, Moderagro e Inovagro) e com recursos próprios. O diretor de crédito do banco, Osvaldo Lobo Pires, diz que a expectativa em relação ao evento leva em conta uma demanda reprimida no setor agropecuário. Ao longo do ano-safra 2022/2023, a instituição estima um total de R$ 900 milhões em investimentos. “Boa parte (dos negócios) é realizada nas feiras, estamos superotimistas, a perspectiva é muito boa”, afirma Pires. 

Embora o carro-chefe da atuação do banco sejam as operações de custeio agrícola e pecuário, Pires diz que os financiamentos na Expointer devem ser puxados pelas máquinas. O banco espera ainda uma alta procura por crédito para instalação de sistemas fotovoltaicos. “Também estamos preocupados em ajudar e apoiar os investimentos em (sistemas de) irrigação, em reservação de água e investimentos que são positivos do ponto de vista ambiental”, observa Pires. 

Para o BNDES, o evento representa a oportunidade de aproximação com os produtores gaúchos. Sem um estande privado no Parque de Exposições Assis Brasil, palco da Expointer em Esteio, o banco mobilizará uma equipe para visitas a instituições parceiras, fabricantes de máquinas e entidades do setor. “A gente aproveita o momento da feira para esquentar o relacionamento com eles, discutir eventuais questões específicas deste Plano Safra, então é uma participação muito mais estratégica”, explica o chefe do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional da Área de Operações e Canais Digitais do BNDES, Tiago Luiz Cabral Peroba. 

O banco, que em julho passado anunciou a oferta de R$ 25 bilhões em crédito ao setor agropecuário no âmbito do Plano Safra 2022/2023, por meio de seus agentes credenciados, opera ainda o programa BNDES Crédito Rural, com taxas de juros de mercado, para financiamento de agricultores de todos os portes. “As discussões iniciais para a estruturação desse programa nasceram durante a Expointer 2019, a gente percebeu que as linhas equalizadas não teriam recursos suficientes para atender à demanda daquele ano-safra”, observa Peroba. Segundo o executivo, o Rio Grande do Sul é o segundo estado em volume de recursos aplicados na safra atual, superado apenas pelo Paraná. Até o momento, o valor comprometido é de R$ 3,31 bilhões, para atendimento a cerca de 17 mil beneficiários no Estado.

Com 70 colaboradores presentes em Esteio, o Sicredi, atuará em três espaços no parque: áreas de máquinas, área de pecuária e Pavilhão da Agricultura Familiar. Segundo o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste da cooperativa de crédito, Márcio Port, a demanda por negócios continua aquecida, mesmo com a alta de custos de produção. “Estamos vendo a Expointer, a exemplo do que já ocorreu em outras feiras do agro neste ano, como um momento de retomada e de boas oportunidades”, diz. 

Presente na feira com estandes e com seu Caminhão Agro, a Caixa Econômica Federal promete atendimento especializado a interessados nas linhas de crédito do Pronaf e do Pronamp, baseadas em juros controlados. Para os grandes produtores, oferecerá opções de financiamento amparadas em recursos obrigatórios, poupança, Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e recursos livres. Seu braço de seguros, a Caixa Seguridade, também estará presente na feira, com um portfólio completo para atender a todas as necessidades dos produtores rurais, de acordo com a direção do banco. 

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) priorizará, na Expointer, projetos voltados à sustentabilidade no agronegócio, com linhas de crédito para aquisição de máquinas e outros investimentos. Para isso, o banco promete disponibilizar R$ 250 milhões, a partir de recursos já captados em fontes nacionais e internacionais, mas o volume poderá ser ampliado se houver uma demanda maior. “Nosso foco maior é financiar projetos de médio e longo prazo, o que efetivamente traz impacto no desenvolvimento da economia gaúcha”, disse o diretor de planejamento e de operações do BRDE, Otomar Vivian, em nota. O banco terá um estande na área de máquinas e equipamentos e participará do espaço RS Inovattion Agro, uma novidade da 45ª Expointer. Iniciativa da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) e da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, o espaço busca aproximar produtores das novidades tecnológicas e fomentar startups voltadas ao agronegócio. 


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