RS Innovation Agro será evento itinerante

Durante a 45ª Expointer, quem passa pelo RS Innovation Agro, hub de tecnologia e inovação implantado na sede da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) no Parque de exposições Assis Brasil, em Esteio, dificilmente fica indiferente diante de uma das estrelas do local. Apelidado de Cusco Tech, um cachorro-robô da empresa Futuremedia atrai a curiosidade de adultos e faz a alegria de crianças, tornando-se uma espécie de mascote do espaço. Esse clima de modernidade é o ponto alto do RS Innovation Agro, projeto da Febrac em parceria com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado (SICT) promovido pela primeira vez na mostra agropecuária gaúcha.

O espaço reúne 74 startups desenvolvedoras de produtos e serviços para o agronegócio e oferece ainda uma programação de palestras e debates, com a participação de cerca de 100 convidados. Para o presidente da Febrac, João Francisco Wolf, o RS Innovation Agro assinala um marco na história da exposição. “É um momento novo. Acredito que este nosso espaço é o diferencial da 45ª Expointer, porque traz toda uma inovação formada para o lado do agro, e a gente precisa disso”, disse. Segundo Wolf, a resposta foi tão positiva que o hub se tornará um evento itinerante. A partir de agora, o projeto será levado a outros eventos do setor no Estado, com um formato itinerante. O primeiro será o Universo Pecuária, no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Lavras do Sul, na região da Campanha, de 1 a 6 de novembro.

“O jovem não precisa ser o protagonista do futuro, ele pode ser o protagonista do presente também”, tem certeza a empreendedora Fabiane Kuhn, 26 anos. Cofundadora e CEO da Raks Tecnologia Agrícola, ela apresenta no RS Innovation Agro uma solução para manejo inteligente da irrigação que promete indicar ao agricultor o momento e a quantidade de água ideais para o processo com base em dados de solo, clima e método adotado. Instalado no parque tecnológico da Unisinos, o Tecnosinos, em São Leopoldo, o negócio nasceu como um projeto de pesquisa no Ensino Médio integrado ao técnico, e o lançamento comercial do produto ocorreu em 2017. Hoje, a empresa conta com uma equipe de dez pessoas e já ultrapassou as fronteiras gaúchas. “Atendemos em nove estados, em diferentes culturas, desde grãos até frutas, com um resultado bacana em todos elas”, comemora Fabiane.

Com a participação na 45ª Expointer, a Raks busca divulgar sua tecnologia entre visitantes e investidores. “A gente está aqui mostrando a inovação brasileira para trabalhar com o produtor e trazer economias de energia elétrica e água pela irrigação eficiente”, diz Fabiane. Mas a presença na feira não se limita às metas de negócios. Para a empreendedora, outro ponto forte do evento é troca de conhecimento possibilitada pela ampla programação de palestras e debates. “Estamos sempre conectados com os ambientes de inovação. Nossa expectativa aqui é ter contato com os produtores, com nossos parceiros que estão expondo em outros estandes e fazer conexão com outras startups para fortalecer o sistema como um todo”, destaca.

Técnica em eletrônica e cientista da computação, Fabiane vislumbra grandes perspectivas de crescimento no mercado brasileiro para quem desenvolve soluções voltadas ao agronegócio. “Hoje, o Brasil é o nono país com mais áreas irrigadas no mundo. Temos mais de 8,2 milhões de hectares, e a perspectiva é crescer para mais de 12 milhões até 2040”, observa. O caminho para essa expansão, acredita a empreendedora, é a tecnologia. “Entrei no agro através da tecnologia, e quem entra no agro não consegue mais sair”, afirma.

Agrofinder, segundo o diretor comercial Emerson Morawski, promove e conecta oportunidades de negócios no segmento de máquinas e implementos agrícolas | Foto: Guilherme Almeida.

A Agrofinder, de Passo Fundo, trouxe ao RS Innovation Agro um novo conceito de plataforma on-line de venda de produtos para o setor agropecuário. Em operação desde 2020, a startup promove e conecta oportunidades de negócios no segmento de máquinas e implementos agrícolas em todo o Brasil. Mas o diretor comercial da empresa, Emerson Morawski, enfatiza que a ideia vai muito além de um marketplace, tendo como diferencial a sólida experiência de mercado dos profissionais envolvidos. “A gente faz um atendimento personalizado e humanizado, com pessoas atrás da tela, que entendem a necessidade do cliente, do nosso fornecedor, para oferecer uma solução inteligente e de resultados”, explica Morawski.

Segundo o executivo, o saldo da presença na 45ª Expointer foi positivo, tanto em termos financeiros quanto de visibilidade para a marca Agrofinder. “A gente tem fechamento de parcerias durante os dias em que está presente na feira”, diz. “Queremos estar próximo de fornecedores que já estão em nossa carteira (de clientes) e estão expondo na Expointer, então é importante fazer este networking, buscar relação, buscar ideias e avanços de tecnologia”, destaca. 

O desenvolvedor Yuri Ponti mira o segmento leiloeiro com o Agropago, que busca facilitar o processo de pagamento e recebimento após negócios  | Foto: Guilherme Almeida

Suporte financeiro completo para o segmento de leilões, garantindo agilidade e segurança na comercialização de animais. Esse é o mote por trás da Agropago, plataforma de gestão de pagamentos que participa do RS Innovation Agro. O desenvolvedor e líder técnico Yuri Peres Ponti explica que a solução busca eliminar a burocracia ao longo do processo de pagamento e recebimento de valores e também auxiliar na solução de questões de inadimplência. “Leilões geram muita cobrança. Damos toda a assessoria para a pessoa desde o momento do leilão até o momento em que vão ser geradas as faturas. Em todo e qualquer problema que a fatura tiver, a gente está sempre ao lado da leiloeira”, afirma.

Segundo Ponti, a Expointer representa para a empresa a perspectiva de conquistar novos clientes. O desenvolvedor destaca que a Agropago ganhou impulso ao reagir com rapidez à necessidade de adaptação do setor leiloeiro determinada pela pandemia de Covid-19. A crise sanitária impediu os contatos presenciais e motivou a migração dos remates para o espaço on-line. “Foi a oportunidade que a gente viu. Apesar de sermos uma empresa de tecnologia, a gente sempre teve noção de que o nosso nicho tem, às vezes, certa resistência com a parte tecnológica. E é algo que gente conseguiu quebrar”, avalia Ponti.