Safra total de verão é projetada em 36,098 milhões de toneladas
Para soja, estimativa da Emater/RS-Ascar é de produção 73% superior à da temporada passada, com 22,44 milhões de toneladas
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Após duas safras consecutivas frustradas por estiagens, a produção gaúcha de soja, milho, arroz e feijão no ciclo 2023/2024 deverá chegar a 36,098 milhões de toneladas, um salto de 49,13% em relação ao período 2022/2023. Com um total de 8,49 milhões de hectares, a área plantada com as quatro culturas no Rio Grande do Sul aponta para um avanço de 1,72% na próxima safra. Os dados foram divulgados pelo diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, na apresentação da primeira Estimativa da Safra de Verão 2023/2024, durante a 46ª Expointer, em Esteio.
Para a soja, carro-chefe da lavoura gaúcha, a projeção é de uma colheita 73% superior à da temporada passada, com 22,44 milhões de toneladas. A área plantada com a oleaginosa deve aumentar 1,3% neste ciclo, abrangendo 6,74 milhões de hectares. A produtividade esperada é de 3.327 quilos do grão por hectare, um aumento de 70,71% na mesma base de comparação.
Fortemente impactada pelas duas últimas estiagens, a produção de milho deverá crescer 53,24% nesta safra, chegando a 6,06 milhões de toneladas, apesar da redução de 0,7% na área de cultivo, projetada em 817,5 mil hectares no ciclo 2023/2024. A produtividade estimada, de 7,4 mil quilos por hectare, é 53,15% maior na comparação com a safra passada.
Para o arroz irrigado, a expectativa é que a área de cultivo avance 7,44%, somando 902,4 mil hectares. A projeção para a produtividade recuou 4,87%, indicando uma média de 8.359 quilos por hectare. Ainda assim, o Estado deverá colher 7,543 milhões de toneladas, 4,19% mais que na safra anterior. Para a primeira safra de feijão, a previsão é de produção de 51,55 mil toneladas, com aumento de 26,59 % em relação à temporada passada. A área cultivada é estimada em 29 mil hectares, 2,44% acima do ciclo passado, e a produtividade média deve aumentar 23,4%, para 1.775 quilos por hectare.
Diante da expectativa de maior volume de chuvas nos próximos três meses, em razão do retorno do fenômeno El Niño, o diretor técnico da Emater/RS-Ascar destacou que a principal preocupação dos produtores na safra 2023/2024 será focada no manejo fitossanitário. “É importante o agricultor estar muito atento ao controle de doenças e pragas. O solo vai estar mais úmido e (isso) eventualmente pode atrasar a entrada de maquinário na lavoura para fazer o tratamento sanitário” recomendou Baldissera.
O alerta foi reforçado pelo coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone. Segundo o metereologista, as previsões para a maior parte do Estado sinalizam chuva acima da média em setembro, dentro da normalidade em outubro e próximo da média em novembro. “Vamos ter chuvas mais regulares e, ao que tudo indica, um El Niño moderado, forte ou até superforte. Isso pode trazer alguns prejuízos, vai atrasar o plantio de verão”, disse Varone.