Sindicato de cooperativas promove debate sobre reforma trabalhista na Expointer

Sindicato de cooperativas promove debate sobre reforma trabalhista na Expointer

Evento foi realizado para aprimorar conhecimento de profissionais da área

Luciamem Winck

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Na busca de esclarecimento de dúvidas que cercam a recente aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional, o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) promoveu nesta quinta-feira no Parque de Exposições Assis brasil, em Esteio, evento para debater a reforma trabalhista.

Voltado a dirigentes, executivos, profissionais da área jurídica e de recursos humanos das cooperativas gaúchas, o evento foi realizado com a intenção de aprimorar o conhecimento dos profissionais atuantes em cooperativas no Rio Grande do Sul. "A nova legislação fere algumas vírgulas constitucionais", salientou o presidente da Ocergs, Vergilio Perius, acrescentando que as novas regras foram muito além das projeções feitas pelo setor durante a Expodireto 2017. "Trata-se de um tema extremamente importante e juntos encontraremos soluções e alternativas", frisou. 

Criação de novos postos de trabalho 

Perius revelou que as 420 cooperativas existentes no Rio Grande do Sul, juntas, empregam 159 mil trabalhadores. "Os salários pagos são 20% superiores aos valores praticados pelas empresas da iniciativa privada", comparou. Segundo ele, apesar do desemprego que, somente na região Metropolitana, totalizava 190 mil pessoas desempregadas, as cooperativas criaram 112 novos postos de trabalho em 2016.

Já o diretor técnico sindical da Ocergs, Irno Pretto, argumentou que o setor está disposto a dialogar com o governo federal. "Muita coisa mudou, mas alterações precisam ser feitas. Neste momento de transição da legislação, há necessidade de clareza. Do contrário, não teremos segurança jurídica que nos socorra", disse. 

O secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, destacou a necessidade que as cooperativas estejam engajadas. Segundo ele, somente desta forma conseguirão vencer os impactos da nova legislação trabalhista.

Alerta para empresas

O ex-ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Ermes Pedro Pedrassani, que atua como assessor jurídico da Ocergs, observou que não é correto afirmar que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) brasileira é do século passado e que não corresponde mais à realidade atual do país. “A CLT de hoje não é mais a de 1943”, enfatizou.

Segundo Pedrassani, o conteúdo normativo está muito longe do que foi as suas origens. “Tivemos atualizações sucessivas e importantes. Se fizermos uma comparação entre a redação atual e a de 43, não vamos mais reconhecer a CLT de 1943”, completou. De acordo com o jurista, alguns pontos aprovados vão exigir que as empresas estejam preparadas para os seus efeitos.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895