Vencedores do concurso da agroindústria familiar são anunciados

Vencedores do concurso da agroindústria familiar são anunciados

Pavilhão da Agroindústria Familiar movimentou R$ 3,756 milhões em cinco dias, 62% a mais que na última edição pré-pandemia

Patrícia Feiten

O casal Luis Antonio e Doraci Zanchetta, de Veranópolis, comemora vitória na categoria mel

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Foram anunciados nesta quinta-feira (1), na 45ª Expointer, os vencedores do Concurso dos Produtos da Agroindústria Familiar, que busca valorizar a produção das pequenas indústrias de alimentos expositoras no Pavilhão da Agroindústria Familiar. Em sua 10ª edição, a competição premiou, com o primeiro lugar, as agroindústrias Mel da Longevidade (categoria mel); Casa Colonial Hermes (linguiça de carne suína defumada); Agroindústria Konzen (queijo colonial); Unser Schnaps (cachaça premium); Destilados Satin (cachaça prata); Sul Leite (doce de leite); Embutidos Fioresi (salame tipo italiano); Zanotto Pigatto (cuca italiana); Agroindústria Familiar Nova Diva (cuca alemã); Gallon Sucos (suco de uva integral) e Vinhos Fioresi (vinho tinto de mesa seco).

O concurso é organizado pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e pela Emater-RS/Ascar. Proprietário da Mel da Longevidade, o apicultor Luis Antonio Zanchetta estava emocionado com o reconhecimento do negócio iniciado há 12 anos no município de Veranópolis. “Achava que (ganharia) talvez o terceiro ou quarto lugar”, disse. Com produção anual de 800 a 1,2 mil quilos de mel, Zanchetta vende a maior parte em feiras regionais. Em sua terceira participação na Expointer, trouxe para o evento um estoque de 500 quilos do produto e, até esta quinta-feira, a receita das vendas já havia superado os valores de 2021.

Quem também sai vitoriosa do pavilhão é Júlia Rafaela Sandrin, terceira geração à frente da Agroindústria Familiar Nona Diva, de Barão. No estande da empresa, variedades de cuca alemã, como as de avelã com nozes e abacaxi com coco, dividiam a atenção dos visitantes com outras versões do produto e também pães e biscoitos. “As cucas são feitas todas de madrugada, a gente quase não dorme”, contou Júlia, que vende de 300 a 400 unidades de cucas por dia desde o início da Expointer.

Novas oportunidades de negócios

Organizado pela Seapdr, Emater, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf Sul), Via Campesina e Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o pavilhão reúne neste ano 337 expositores de mais de 100 municípios. De acordo com os organizadores, até a quarta-feira, quinto dia do evento, o espaço já havia movimentado R$ 3,756 milhões, o que corresponde a um crescimento de 247% na comparação com os primeiros cinco dias da edição passada e 62% em relação ao mesmo período da Expointer de 2019, a última antes da pandemia de Covid-19. A média diária de vendas é de cerca de R$ 954 mil.

Proibida no ano passado, em razão das restrições da pandemia, a degustação de alimentos vem contribuindo para os resultados, diz o coordenador da Fetraf Sul, Douglas Cenci,. Com a queda do poder aquisitivo do brasileiro, o padrão de compras no pavilhão mudou. “A gente percebe que muitos têm dificuldades para comprar. O salame, por exemplo, o consumidor levava três, quatro peças e agora leva uma, duas. Mesmo assim, os expositores estão vendendo bastante”, avalia Cenci. Segundo o coordenador, o evento abre oportunidades de negócios não apenas para as agroindústrias, como também para pequenos comerciantes em busca de produtos diferenciados.


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