Exportação gaúcha de carne de frango cai em outubro

Exportação gaúcha de carne de frango cai em outubro

Ao mesmo tempo, a produção do ano aumentou em 27%

Camila Pessôa

Projeção é de aumento nas exportações do ano

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No mês de outubro o Rio Grande do Sul exportou 53,2 mil toneladas de carne de frango, o que representa uma queda de 14,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, com 62 mil toneladas. A informação foi divulgada pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) na última quinta-feira. Isso ocorreu por questões pontuais que fizeram empresas gaúchas redirecionarem sua produção para outros estados; pelo fato de estarem se preparando para as vendas de fim de ano; além de questões logística dos preços do frete, como explica o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos.

Ao mesmo tempo, Santos assegura que essa diminuição em outubro não deve afetar os resultados finais do ano, projetados pela Asgav para um crescimento de 6% a 8% em relação ao total do ano passado, de 705,94 mil toneladas, para cerca de 750 mil toneladas em 2022. Ainda, o crescimento acumulado nos primeiros 10 meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado é de 6,5% em volume, de 590 mil para 628,5 mil toneladas, e de 27,1% em receita, de 977,5 milhões para 1,24 bilhão de dólares.

De acordo com Santos, tanto o conflito entre Ucrânia e Rússia quanto a disseminação da influenza aviária na Europa - problemas que dificultam a produção e o fluxo comercial - influenciaram para que o Brasil fosse uma das principais alternativas para os compradores mundiais. “O Brasil produz em larga escala, é adaptável e tem produção de qualidade, além disso há uma preocupação mundial em fidelizar fornecedores com ameaças de agravamento de conflitos”, diz. O presidente também afirma que, salvo se ocorrer alguma dificuldade inesperada em dezembro, a expectativa da Asgav para este ano se mantém.

Para o ano que vem, o presidente da Asgav avalia que o governo federal precisa desenvolver um programa econômico que favoreça os investimentos na cadeia da avicultura e no agronegócio e para que cooperativas e empresas possam habilitar exportações. “Elas já investiram em estrutura e precisam de atenção especial”, diz Santos. Além disso, ele destaca que o próximo governo precisa pensar em questões de suprimento e logística, além de ter uma visão de médio e longo prazo.

Cenário favorável também para a produção de ovos

O setor dos ovos, ao contrário da carne, observou crescimento nas exportações de outubro, de 54,2% - de 219,9 toneladas no ano passado para 339 toneladas este ano - o que, segundo Santos, se deve a uma série de fatores, um deles é o investimento na capacidade técnica e de prospecção internacional da produção do estado, além do aumento da demanda por um alimento mais versátil.

O responsável pela granja Nienow, Jairo Nienow, confirma uma estabilidade no mercado dos ovos, com perspectiva de alta no consumo para o fim do ano. Mas, com capacidade de produção diminuída este ano devido à alta nos custos de produção, ele não vê possibilidade de aumento de produção para este ano e aguarda o desenho da situação para o ano que vem, com o próximo governo. Segundo Nienow, agora a granja está se esforçando para manter a produção depois das baixas na capacidade, mas a diminuição de custos ainda não chegou neles, com expectativa de que isso ocorra quando sair a produção da safra.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895