Governo do Estado e índios têm novo prazo para acordo

Governo do Estado e índios têm novo prazo para acordo

Pedido de reintegração de posse de terreno em Maquiné é suspenso porque as partes admitiram negociação

Correio do Povo

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A discussão sobre a reintegração de posse de uma área pertencente ao governo do Estado em Maquiné, ocupada por um grupo de 20 famílias indígenas, deve se alongar até o final de outubro. O juiz da 1ª Vara Federal de Capão da Canoa, Oscar Valente Cardoso, suspendeu o processo no dia 30 de agosto, por um prazo de 60 dias. Segundo o secretário da vara, Adir José da Silva Júnior, a decisão consideroua perspectiva de um acordo entre as partes. O local abriga um Centro de Pesquisas da extinta Fepagro.

Representante do Conselho Estadual dos Povos Indígenas, Sílvio Jardim explica que um encontro realizado na Comissão de Justiça e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, no dia 21 de agosto, abriu nova brecha para negociação da permanência dos índios na área. O grupo ocupou parte do terreno, que tem um total de 356 hectares, em janeiro deste ano. Em fevereiro, o governo obteve a reintegração de posse e desde então vinha tentando a desocupação pacífica do local.

“Nós atualizamos o secretário da Agricultura, Ernani Polo, sobre a situação dos indígenas, e estamos aguardando um posicionamento neste período concedido pelo juiz”, destaca Jardim. Ernani Polo afirma que novas reuniões devem ocorrer nas próximas semanas, levando em consideração o posicionamento dos servidores do centro, que desde que foi comunicada a ocupação se manifestam contra a permanência dos índios no local.

No dia 25 de setembro, a Associação dos Servidores da Pesquisa Agropecuária (Assep) reúne em sua sede, em Porto Alegre, o conselho de representantes da entidade para deliberar sobre o assunto. “Nós não somos contra nenhum movimento social, o que ressaltamos é que a permanência dos indígenas no centro pode interferir nos resultados dos experimentos”, esclarece o presidente da Assep, Nelson Bertoldo.

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