IBGE diverge de Secretaria da Agricultura e aponta redução do rebanho bovino no RS

IBGE diverge de Secretaria da Agricultura e aponta redução do rebanho bovino no RS

Especialistas dizem que oscilação é natural pelas questões de mercado

Correio do Povo

Especialistas dizem que oscilação é natural pelas questões de mercado

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O rebanho bovino gaúcho caiu de 13,73 milhões de cabeças em 2015 para 13,59 milhões de cabeças em 2016, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira. O levantamento, no entanto, diverge dos dados da Secretaria da Agricultura (Seapi), que aponta números um pouco maiores, de 13,9 milhões de cabeças em 2014 e de 14 milhões de cabeças em 2015.

Integrante do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), que usa os dados da Seapi, o professor de Zootecnia Sílvio Menegassi diz que é normal haver oscilação do tamanho do rebanho por questões de mercado. Segundo Menegassi, até 2015 havia crescimento porque os “preços iam bem”. Do ano passado para cá, o cenário começou a se inverter. “O preço dos bezerros e do boi gordo começou a cair e, quando isso acontece, se abate mais vacas”, explica. Neste caso, cai também a disponibilidade de ventres para a criação. Conforme o professor, isso também aponta para uma tendência de redução do rebanho neste ano e em 2018.

Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Eduardo Finco, se há uma queda no rebanho, conforme divulgado pelo IBGE, a principal explicação é a expansão do tamanho das lavouras, especialmente da soja nos campos gaúchos. “O produtor não desistiu de criar gado, mas decidiu pela integração com a lavoura, o que é um aspecto positivo porque fortaleceu as áreas rurais”, avalia Finco.

De acordo com o IBGE, outros rebanhos também sofreram quedas na mesma comparação. O bubalino recuou de 62,7 mil para 61 mil cabeças. O ovino de 3,9 milhões de cabeças para 3,4 milhões de cabeças. Já o de equinos cresceu, de 535,2 mil animais em 2015 para 537,1 mil em 2016.

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