IBGE diverge de Secretaria da Agricultura e aponta redução do rebanho bovino no RS
Especialistas dizem que oscilação é natural pelas questões de mercado
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Integrante do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), que usa os dados da Seapi, o professor de Zootecnia Sílvio Menegassi diz que é normal haver oscilação do tamanho do rebanho por questões de mercado. Segundo Menegassi, até 2015 havia crescimento porque os “preços iam bem”. Do ano passado para cá, o cenário começou a se inverter. “O preço dos bezerros e do boi gordo começou a cair e, quando isso acontece, se abate mais vacas”, explica. Neste caso, cai também a disponibilidade de ventres para a criação. Conforme o professor, isso também aponta para uma tendência de redução do rebanho neste ano e em 2018.
Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Eduardo Finco, se há uma queda no rebanho, conforme divulgado pelo IBGE, a principal explicação é a expansão do tamanho das lavouras, especialmente da soja nos campos gaúchos. “O produtor não desistiu de criar gado, mas decidiu pela integração com a lavoura, o que é um aspecto positivo porque fortaleceu as áreas rurais”, avalia Finco.
De acordo com o IBGE, outros rebanhos também sofreram quedas na mesma comparação. O bubalino recuou de 62,7 mil para 61 mil cabeças. O ovino de 3,9 milhões de cabeças para 3,4 milhões de cabeças. Já o de equinos cresceu, de 535,2 mil animais em 2015 para 537,1 mil em 2016.