Moinhos ampliam uso do trigo gaúcho

Moinhos ampliam uso do trigo gaúcho

Setor reconhece melhoria genética do grão produzido no Rio Grande do Sul e elogia pesquisa

Nereida Vergara

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O aproveitamento do trigo gaúcho pelos moinhos do Rio Grande do Sul mudou de patamar na última década graças à melhoria genética do grão. A afirmação é do presidente do Sindicato das Indústrias do Trigo no Estado (Sinditrigo), Diniz Furlan, para quem, hoje, a única variável que pode tirar do trigo gaúcho a qualidade nos mesmos padrões do produto vindo da Argentina é o clima.  “Quando o clima é favorável, o trigo daqui tem alto padrão e não há razão para os moinhos não darem a preferência ao produto local”, explica Furlan. O setor beneficia cerca de 1,5 milhão de toneladas de trigo colhido no Estado a cada ano.

O dirigente diz ainda que, em 2020, o principal requisito para a importação de trigo de outros estados ou países reside na questão do frete, já que o preço, com a cotação do dólar no Brasil, rompeu barreiras históricas e chegou a quase R$ 80,00 a saca. “Se for necessário trazer o trigo de regiões distantes, a mais de 500 quilômetros do moinho, pode ser vantajoso importar, uma vez que o preço do frete nacional é muito caro”, aponta Furlan.

O presidente do sindicato elogia o empenho da área de pesquisa para o desenvolvimento de cultivares voltadas à panificação. Para a supervisora de qualidade industrial da Biotrigo Genética, Kênia Meneguzzi, a melhoria apontada pelo Sinditrigo reflete sintonia com as necessidades de mercado. “Hoje temos projetos especiais que visam a segregação para entrega de cultivares com especificações bem distintas, como é o caso dos trigos branqueadores para panificação e para biscoito”, pontua.


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