OIE certifica RS como zona livre de aftosa sem vacinação no final deste mês

OIE certifica RS como zona livre de aftosa sem vacinação no final deste mês

Indústria de carnes acredita em aumento das exportações, em especial do segmento de suínos

Danton Júnior

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A 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), marcada para 24 a 28 de maio, no formato virtual, deve homologar o status de área livre de febre aftosa sem vacinação para o Rio Grande do Sul. Como o Comitê Científico da OIE já deu o aval para a mudança em março deste ano, a confirmação da decisão é tida como certa. A indústria de carnes acredita em aumento das exportações, em especial do segmento de suínos.

Na prática, o Estado já deixou de vacinar o seu gado no ano passado, quando suspendeu a segunda das duas campanhas anuais de imunização, em novembro. Até 2019, o Rio Grande do Sul aplicava cerca de 20 milhões de doses por ano. A Secretaria da Agricultura calcula que, a partir do recebimento do certificado, o Estado possa atingir a marca de 1,2 bilhão de dólares em exportação de carnes para mercados onde já atua e outros em fase de abertura.

A diretora do Departamento de Defesa Agropecuária da Seapdr, Rosane Collares, ressalta que não houve questionamentos do grupo de especialistas e nem dos delegados da OIE quanto às condições do Rio Grande do Sul. “Então entendemos que está bastante bem encaminhado para a assembleia”, ressalta. A entrega do certificado internacional deve ocorrer no dia 27. “A expectativa é a melhor possível porque todos os requisitos foram atendidos e o serviço veterinário oficial do Estado se fortaleceu”, observa a superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Helena Pan Rugeri.

O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, destaca que a suinocultura gaúcha atualmente encontra limitações de acesso ao maior mercado para a proteína animal brasileira, que é a China. Sem o reconhecimento internacional de livre de aftosa sem vacinação, o Estado está limitado a embarcar somente carne sem osso, o que impacta na exportação de determinados cortes, como a costela suína. “Esperamos que imediatamente haja condições para buscar a revisão do tratamento que é dispensado ao Rio Grande do Sul”, revela. O suíno é uma espécie suscetível, mas não portadora da doença.

O avanço do status sanitário integra o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa, do Ministério da Agricultura. A homologação da retirada da vacinação também é aguardada pelo Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e de Mato Grosso. 


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