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Olivas no Cais celebra o simbolismo da olivicultura gaúcha

Evento, no Cais Embarcadero, em Porto Alegre, oferece azeites de oliva para degustações e vendas no final de semana

Expositor Roberto Monaco e Berenice Borges, da Torrinhas Azeites, de Candiota: o azeite gaúcho é premium
Expositor Roberto Monaco e Berenice Borges, da Torrinhas Azeites, de Candiota: o azeite gaúcho é premium Foto : RIcardo Giusti

O Cais Embarcadero, em Porto Alegre, sedia desde a sexta, 3, e neste final de semana, a terceira edição do evento que apresenta o melhor do azeite de oliva gaúcho. É o Olivas no Cais, aberto ao público para conhecer, degustar e adquirir azeites de oliva gaúchos, representados por produtos de 15 empresas. O evento é promovido pelo nstituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) e pelo Cais Embarcadero.

E, na segunda, 5, e terça, o Ibraoliva e o Conselho Oleícola Internacional (COI) realizam, no local, duas masterclasses exclusivas sobre azeites extravirgens voltadas ao setor de alimentação, que vai reunir especialistas também de Espanha, Tunísia, Argentina e Uruguai, para debater qualidade, usos e potencial de mercado do produto.

“O Olivas no Cais tem todo um simbolismo: é o Olivas no Cais da resiliência. Tivemos aqui neste local, no Embarcadero, a enchente, que nos inviabilizou a realização do Olivas no Cais no ano passado. E a questão da recuperação ‘conversa’ muito de perto com a oliveira. A oliveira sofre, mas ela resiste, enfrenta a seca, enfrenta a umidade com mais dificuldade, mas ela rebrota, renasce e nos fornece frutos”, define o presidente da Ibraoliva, Flávio Obino Filho.

“Então, este é o nosso Olivas no Cais da nossa resistência, da resistência também dos produtores que vêm de duas safras com quedas significativas e com uma expectativa de 2026 de uma safra com outros números, que nos permita uma produção maior que a dos últimos dois anos”, complementa.

Obino Filho destaca que o Rio Grande do Sul possui 110 municípios com pomares de oliveira. “Tem uma grande capilaridade. São 320 produtores, um belo número de produtores, e aqui estão todos representados”, descreve.

“O objetivo do evento é chamar o consumidor, para que ele conheça o azeite brasileiro, o azeite de verdade, para que ele possa fazer as suas avaliações do que ele é diferente do azeite de prateleira, de mercado”, explica. “São os consumidores chamados para conhecer num único lugar azeites que são oferecidos hoje já por venda direta, em empórios, em alguns supermercados, mas aqui ele consegue ter um espaço específico para provar azeites gaúchos de vários municípios”.

Qualidade gaúcha

Um dos expositores é a marca Torrinhas, de Candiota, onde produz em 315 hectares e mantém a planta industrial para a extração, envase e comercialização dos azeites, uma estrutura apta a processar até duas toneladas de azeitonas por hora.

“Temos todo o processo automatizado e semi-automatizado com máquinas do início ao fim, onde não há o contato humano desde a entrada da azeitona, no início do processamento, até a saída do azeite já envazado”, descreve Roberto Monaco, gerente-geral da empresa, como é o nível tecnológico da indústria para preservar a qualidade do produto. E pela mesma razão os tanques de inox estão numa sala climatizada a 20 graus permanentemente.

Monaco relata que foram dois anos com uma produtividade aquém do esperado, visto o excesso de chuva e até granizo na época da floração, que ocorre nesta época do ano, mas a expectativa é que a colheita de 2026 melhor e, assim, com maior volume de azeite.

O executivo ressalta ainda a representatividade do azeite gaúcho. “O Rio Grande do Sul é responsável hoje por 80% a 90% da produção nacional de azeite extravirgem”, menciona. E também enfatiza a qualidade. “Pelo tipo de terroir que temos no RS, a qualidade do azeite que a maioria dos produtores gaúchos produz hoje é um azeite de alta qualidade, basicamente premium que não perde em nada para os melhores azeites e rótulos que têm em vários outros países tradicionais em azeite de oliva, como Grécia, Itália, Espanha, Portugal”, lembra.

E justifica pelas sucessivas vitórias das marcas brasileiras em concursos internacionais. Inclusive um rótulo da empresa foi eleito um dos dois melhores da América Latina e entre os 20 principais do mundo em recente concurso Olivinos na Argentina.

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