Presidente da Farsul alerta para dificuldades de contratação do seguro rural no ciclo 2022/2023

Presidente da Farsul alerta para dificuldades de contratação do seguro rural no ciclo 2022/2023

Gedeão Pereira foi o convidado da semana do programa Tá na Mesa, da Federasul, onde recebeu homenagem pelos 95 anos da entidade que lidera e comentou necessidades para o novo Plano Safra, que será anunciado nesta quarta-feira

Nereida Vergara

Pereira também destacou a preocupação da Farsul com uma possível taxação das exportações brasileiras pelo governo a ser eleito neste ano

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Uma das grandes preocupações dos produtores rurais gaúchos com o lançamento do Plano Safra, cujo anúncio está agendado para esta quarta-feira, é o volume de verbas que será destinado para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Convidado do programa semanal Tá na Mesa, da Federasul, em homenagem aos 95 anos da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o presidente da entidade que congrega mais de 130 sindicatos rurais do Estado, Gedeão Pereira, reiterou a necessidade do agricultor de contratar o seguro.

No Plano Safra 2021/2022, o governo destinou R$ 1 bilhão ao PSR. Para o plano que será anunciado nesta quarta-feira, do ciclo 2022/2023, a expectativa é de que o recurso atinja R$ 1,7 bilhão.

Pereira prevê, no entanto, uma série de dificuldades para o produtor dar cobertura a sua atividade, a começar pelo fato de que as seguradoras habilitadas ao seguro rural amargaram severo prejuízo nos últimos quatros anos, em razão das estiagens ocorridas nas lavouras de soja e milho, principalmente, e em todo o país. À situação das seguradoras, o presidente da Farsul acrescenta a alta de custos, dos fertilizantes ao preço do diesel, que impactaram na capacidade de financiamento do produtor de sua atividade. "O produtor vai ter de calcular seus custos de produção, entre os quais estará o do seguro, que, já sabemos, vai ficar mais caro", advertiu.

Gedeão Pereira ressaltou ainda que o setor tem seus temores em relação ao cenário eleitoral. O principal é a possibilidade de adoção pelo governo que será eleito (seja qual for) da taxação das exportações brasileiras, a exemplo de outros países da América Latina que praticam a taxação sob pretexto de segurar os alimentos no mercado interno e, assim, diminuir a inflação. Segundo o dirigente, a taxação das exportações tem efeito potencialmente desastroso, pois tira a competitividade do produtor e desestimula a produção, o que reflete nos preços dos alimentos ao consumidor. "Ou seja, se isso acontecer, quem vai pagar é a população", completou.


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