Safra gaúcha de noz-pecã chegará a 5 mil toneladas neste ano

Safra gaúcha de noz-pecã chegará a 5 mil toneladas neste ano

Abertura oficial da colheita da fruta ocorre nesta sexta-feira, em Santa Maria, e confirma Rio Grande do Sul como o maior produtor do Brasil

Nereida Vergara

Com pico de produção a cada dois anos, em 2023 o volume colhido de noz-pecã deve ser maior em quase mil toneladas

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Maior produtor de noz-pecã do Brasil, o Rio Grande do Sul celebra nesta sexta-feira, dia 14, a sua 5ª Abertura Oficial da Colheita, desta vez na Fazenda Santa Leocádia, na localidade de Santa Flora, distrito de Santa Maria. A propriedade do pecanicultor Eduardo Klumb tem 130 hectares de nogueiras plantadas e deve recebe autoridades para a cerimônia.

Atualmente, são plantados nos três estados do Sul cerca de 11 mil hectares de nogueira, dos quais, explica o presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso, 6 mil são produtivos. A expectativa é de que a safra chegue a 7 mil toneladas de frutas, 5 mil toneladas apenas no Rio Grande do Sul. Basso esclarece que a produção de noz-pecã não passou incólume pela estiagem. Embora a cultura não tenha registrado prejuízos quanto à produtividade das árvores, a falta de chuva afetou o calibre das frutas, fazendo com que tenham menor peso.

O dirigente ressalta que a colheita segue de abril até final de junho e que neste ano os produtores colhem o máximo de cada árvore. Segundo ele, o ciclo da nogueira determina que a árvore produza menos em um ano e mais no ano seguinte, o que justifica a colheita de quase 1 mil toneladas menor na safra do Rio Grande do Sul no ano passado.

O presidente do IBPecan diz ainda que a maior parte da produção de noz-pecã do Brasil é consumida no país, mas ressalta que a fruta tem mercado para exportação, cujo volume alcançou, em 2021, 450 toneladas, e, em 2022, 250 toneladas. "Neste ano, devemos ter um excedente de produção perto de 1,3 mil toneladas e teremos de procurar novos mercados", completa. Mesmo tendo alta durabilidade, se comparada a outras frutas, a noz-pecã exige o armazenamento em câmaras frias, onde pode ser conservada por até um ano e meio.

De acordo com o coordenador das câmaras temáticas da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulo Lipp, a cultura da noz-pecã segue em expansão, sendo já  a oitava fruta mais plantada no Estado. De acordo com Lipp, os produtores agora trabalham com medidas agronômicas para conseguir driblar a produção alternada, a partir da melhora da nutrição e irrigação das plantas.


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