Sem novos casos da doença de Newcastle, setor pede revisão de autoembargos à exportação

Sem novos casos da doença de Newcastle, setor pede revisão de autoembargos à exportação

Vistorias em 858 propriedades rurais na região de Anta Gorda devem ser concluídas até final de semana

Correio do Povo

Até terça-feira, ações de vigilância foram feitas em 520 propriedades rurais

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O Serviço Veterinário Oficial (SVO) do Estado deve concluir até o final de semana a visitação a 858 propriedades rurais localizadas em um raio de 10 quilômetros a partir do local de detecção de foco da doença de Newscastle, em Anta Gorda, no Vale do Taquari. Até terça-feira, as atividades de vigilância ativa e contenção de foco haviam alcançado 520 propriedades, sem detectar novos focos da doença em granjas comerciais e criações de subsistência. Diante do quadro, o setor produtivo emitiu nota técnica solicitando ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a suspensão imediata das restrições às exportações de empresas situadas no Estado, localizadas no Rio Grande do Sul.

“Como as investigações não tiveram mais nenhum resultado positivo, respeitando todos os critérios técnicos e protocolos, nós pedimos a revisão dos autoembargos, porque o setor precisa dar continuidade ao fluxo comercial no mercado externo”, disse o presidente-executivo da Organização Avícola do RS (Asgav e Sipargs), José Eduardo dos Santos.

De forma preventiva, o Mapa suspendeu a exportação de produtos avícolas para 44 países, com diferentes raios de restrição adotados – de 10 quilômetros da área afastada até todo o território nacional, a depender do mercado. O caso de Anta Gorda foi confirmado no dia 17. Dois dias depois, portaria do Mapa declarou estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul, para intensificar a vigilância epidemiológica e aplicar os protocolos de erradicação do foco estabelecidos no Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Também foi emitido ofício suspendendo temporariamente as exportações avícolas do Estado até a conclusão das investigações.

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, atrás de Paraná e Santa Catarina. No primeiro semestre, o Estado exportou 354 mil toneladas, gerando receita de 630 milhões de dólares, o equivalente a 13,82% do valor gerado pelo país e a 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas no período.

As barreiras sanitárias da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) continuam funcionando em quatro pontos dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e em outros dois locais no raio de 10 quilômetros (área de vigilância) a partir da granja onde foi constatada a doença. Até terça-feira, haviam sido abordados 475 veículos alvos na área perifocal e 219 na área de vigilância.

“Estamos discutindo as reduções paulatinas das barreiras, baseado no movimento e avaliação de risco. Pelo andamento das vigilâncias, todas as propriedades deverão ser visitadas até o final da semana, assim como a segunda vigilância na área perifocal”, afirmou o diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes.

O trabalho do Estado envolveu três investigações, com coletas e análise laboratorial das amostras, que tiveram resultados negativos. Uma coleta de amostras de suspeita de síndrome respiratória e nervosa das aves, no município de Progresso, foi encaminhada para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP). A Seapi alerta que todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

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