Setor de máquinas agrícolas teme falta de recursos
Governo federal precisará suplementar cerca de R$ 3 bilhões para o programa de financiamento para aquisição dos equipamentos
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Na semana passada, o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan, esteve com o presidente Michel Temer e com a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e apresentou os números que demonstram a insuficiência dos valores. Solicitou que os recursos de outras linhas sejam remanejados.
No atual Plano Safra, foram disponibilizados R$ 8,9 bilhões para o Moderfrota. De julho a outubro, foram desembolsados 46% deste valor, 62% a mais do que no mesmo período do ano anterior. “Agora resta metade dos recursos para os próximos oito meses”, observa Marchesan.
Reforçando pedido
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, diz que na próxima semana irá a Brasília para se reunir com Tereza Cristina e reforçar o pedido. “O setor que vem segurando a balança comercial brasileira não pode frear”, disse Bier.
A preocupação, segundo Marchesan, é que, se for confirmada a carência de crédito, as vendas de máquinas podem retrair, o que não seria nada bom para um setor que vem em recuperação. Segundo o dirigente, a Abimaq espera fechar 2018 com crescimento na faixa dos 15%. “O agronegócio está investindo, renovando seu parque de máquinas, e não podemos perder este momento”, afirma.
Para 2019, a Abimaq acredita que será possível crescer novamente na ordem de 15%, mas para isso precisa se beneficiar de um conjunto de fatores: commodities e câmbio valorizados, clima colaborando e ter oferta de crédito durante as grandes feiras do agronegócio, como a Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), em fevereiro; a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), em março, e a Tecnoshow, em Rio Verde (GO), em abril.
O secretário de Política Agrícola do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, afirma que, assim como em todos os anos, o Mapa vem monitorando o desempenho dos programas e, caso apareçam sinais de que os recursos serão usados na integralidade, haverá realocação de valores de programas que não tiverem o resultado esperado. “Entendemos que neste ano a demanda está mais forte pelo Moderfrota, há um ambiente de confiança maior para investir, mas neste momento existem recursos”, comenta.