Saúde

Brasil já tem 127 casos suspeitos de intoxicação de metanol, diz ministro da Saúde

Padilha enfatizou que o momento é de "atenção e não de pânico"

Padilha disse que já há registros em 12 estados do País
Padilha disse que já há registros em 12 estados do País Foto : Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou neste sábado (4) que o Brasil registra 127 casos de intoxicação por metanol até o momento. Segundo o ministro, que está em Teresina (PI), o número reflete o crescimento de casos suspeitos, e não de confirmados, e já há registros em 12 estados do País.

Padilha enfatizou que o momento é de "atenção e não de pânico" e fez um apelo à população para que evite o consumo de bebidas destiladas com um tipo específico de embalagem.

Recomendações e cuidados com o consumo

O metanol, usado como matéria-prima para combustíveis, é impróprio para consumo humano, mas estaria sendo utilizado na falsificação de bebidas alcoólicas. Embora o metanol puro tenha sabor semelhante ao etanol, em destilados com teor alcoólico de 30% a 40%, ele é indetectável no sabor.

A principal recomendação do ministro Padilha para a população é evitar bebidas alcoólicas nos próximos dias, especialmente aquelas que estão em garrafas de destilados fechadas com roscas.

"Nossa recomendação é evitar bebidas destiladas, sobretudo aquelas que a garrafa é feita com a rosca", disse Padilha, explicando que ainda não foram identificados casos de adulteração em bebidas vendidas em latas ou garrafas com tampas metálicas.

Ele concluiu: "É um produto de lazer, não faz parte da cesta básica, de necessidade. Então evite risco no seu momento de lazer."

Metanol: quais cuidados tomar?

  • Origem: Verificar a origem do produto e certificar-se de que o lacre da embalagem esteja intacto.
  • Preço e Local: Desconfiar de preços muito abaixo do mercado e de pontos de venda informais.
  • Embalagem: Recusar embalagens com rótulo mal impresso ou com erros, e que apresentem ausência de CNPJ, lote ou data de validade.
  • Características: Ficar atento a características atípicas na bebida, como odores estranhos, cores e consistência incomuns.
  • Segurança: Em caso de desconfiança, não fazer testes caseiros (cheirar, provar ou tentar queimar). Em bares, pedir que o garçom sirva a bebida na frente do consumidor.

Mesmo que sintomas como náuseas e vômitos possam ser confundidos com os de uma ressaca comum, eles costumam ser mais intensos em casos de intoxicação. Caso sinta algum sinal, procure atendimento médico imediatamente.

Medidas do governo e antídotos

O Ministério da Saúde anunciou medidas emergenciais para enfrentar a crise de intoxicação por metanol:

  • Etanol Farmacêutico: Existem 604 farmácias de manipulação capazes de produzir o etanol farmacêutico, substância usada como antídoto, mediante recomendação médica. O governo adquiriu 12 mil ampolas da substância, que serão distribuídas para os Centros de Referência de Toxicologia (CRT) do País.
  • Fomepizol: Foram adquiridos 2.500 tratamentos de Fomepizol, outro antídoto para o metanol, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Os medicamentos devem chegar ao longo da próxima semana.

Recomendação para profissionais de saúde

O ministro recomendou que os profissionais de saúde da rede pública e privada façam a notificação imediata já na primeira suspeita clínica de intoxicação. A notificação precoce é crucial para rastrear onde a bebida foi consumida e identificar rapidamente o local de aquisição.

Ao registrar o caso, o CRT do Estado passa a oferecer suporte técnico para a condução adequada do protocolo, que inclui checar a acidose metabólica, garantir hidratação, monitorar a função cardíaca e iniciar o uso de etanol farmacêutico.

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