Os médicos que atuam no Hospital Viamão devem suspender os atendimentos sem urgência e os procedimentos eletivos a partir do dia 10 de novembro devido ao atraso no pagamento de salários. A decisão foi tomada pela categoria em assembleia realizada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), na última sexta-feira. A instituição de saúde é gerenciada pelo InSaúde desde julho.
De acordo com o Sindicato, os profissionais da pediatria, controle de infecção, cirurgia e da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que possuem contrato direto com a empresa, não receberam nenhum valor referente ao mês de setembro. Já os que prestam serviço nos setores de psiquiatria, emergência e internação pela Salvate, tiveram depositados 50% dos honorários. Em comunicado enviado às equipes, a empresa informou que a quitação do restante dependia de receber os repasses do Município.
Parte dos profissionais que trabalhavam no hospital antes do InHealth, pelo Instituto Maria Schmidt (IMAS), ainda aguarda o pagamento de maio, junho e dez dias de julho. A Prefeitura ficou de pagar os dois últimos meses à MC Catarina, que administrava essas escalas e que deverá repassar os valores aos médicos. Maio ainda ficará em aberto.
O Simers informou que vai emitir comunicado sobre as restrições ao Conselho Regional de Medicina (Cremers), administração do hospital, Prefeitura e demais órgãos.
COMO SE POSICIONA A PREFEITURA DE VIAMÃO
A Prefeitura de Viamão informou que em junho foi realizada uma reunião onde o prefeito Rafael Bortoletti assumiu o compromisso de garantir o pagamento referente ao mês de abril, que permanecia em aberto e solicitou que os profissionais mantivessem seus postos de trabalho, assegurando o atendimento à população e evitando o fechamento do hospital.
Durante o encontro, os médicos manifestaram preocupação quanto à possibilidade de não receberem os valores de junho e dos dez primeiros dias de julho, período final do contrato do Instituto Maria Schmitt (IMAS). O prefeito afirmou, de forma clara, que caso o IMAS não realizasse esses pagamentos, o Município assumiria apenas esses valores, como medida emergencial para evitar uma crise assistencial. Em nenhum momento foi dito que o Município assumiria integralmente os passivos financeiros deixados pelo antigo gestor, interpretação essa incorreta e descontextualizada.
O Simers acompanhou todo o processo, participou das negociações e mediou os acordos firmados com os médicos. Ficou definido entre as partes que o mês de maio não seria de responsabilidade do Município, cabendo aos profissionais acionar judicialmente o IMAS para receber os valores devidos.
Mesmo diante das dificuldades financeiras herdadas e dos desafios da gestão hospitalar, o Município de Viamão esclarece que já investiu cerca de R$ 10 milhões nos últimos 120 dias, em um esforço para garantir à população um atendimento digno. Nesse período, foram inauguradas a nova Emergência Pediátrica, a nova ala de internação materno-infantil e está em fase final de implantação o novo serviço de hemodiálise, que ampliará significativamente a capacidade assistencial e a oferta de serviços especializados à população.
A Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde reafirmam seu compromisso com a verdade, a transparência e o diálogo. As portas permanecem abertas para qualquer grupo profissional que deseje construir soluções conjuntas e destaca que segue firme no propósito de reconstruir a saúde de Viamão, com respeito aos profissionais e, acima de tudo, compromisso com a população.
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