Lu Brito

E o intraempreendedorismo?

Lu Brito reflete sobre o intraempreendedorismo como ponte entre colaboradores engajados e empresas mais humanas

pensar em intraempreendedorismo é pensar em um futuro onde negócios crescem junto com pessoas
pensar em intraempreendedorismo é pensar em um futuro onde negócios crescem junto com pessoas Foto : Freepik

Alô, empreendedoras que estão dentro das empresas — hoje minha conversa é com vocês!

Vocês sabem que eu falo há muito tempo sobre empreendedorismo feminino, até porque esse foi o movimento que fiz há mais de dez anos: abrir um negócio, assumir riscos e criar algo do zero (ou não). Ser dona da própria empresa, investir tempo nisso e conciliar carreira e vida pessoal.

Mas hoje quero falar sobre outro perfil: o intraempreendedor, aquele que está sempre atento aos riscos e às oportunidades. Eventualmente, ele vai notar possibilidades que até mesmo os gestores da empresa deixaram passar, o que é muito bom. São pessoas que, mesmo dentro de uma organização, agem como se fossem os donos, o que pode ser extremamente desafiador, tanto para o intraempreendedor quanto para a própria empresa.

São colaboradoras e colaboradores que enxergam oportunidades e tentam, o tempo todo, inovar nos processos, propondo soluções criativas e ajudando a organização a crescer de forma sustentável. Apesar disso, algumas vezes, esses profissionais são vistos como concorrentes, ou a empresa opta por não estimular esse talento, acreditanto que, ao fazer isso, pode estimular o colaborador a ir embora e abrir seu próprio negócio.

No entanto, de forma estratégica, esse movimento é fundamental. Empresas que incentivam a mentalidade empreendedora em seus times tornam-se mais adaptáveis, inovadoras e competitivas. E os profissionais, por sua vez, ganham autonomia, protagonismo e a chance de transformar suas ideias em impacto real dentro da cultura da empresa.

Um exemplo disso são empresas que criam programas de inovação aberta, onde funcionários têm liberdade para sugerir melhorias ou até desenvolver novos produtos e serviços. Muitas das soluções mais disruptivas nasceram não de fora, mas de dentro das organizações.

E trazendo um ponto importante: o intraempreendedorismo também é sobre pertencimento. Quando alguém se sente parte, entende o propósito da empresa e percebe que sua voz é valorizada, naturalmente se engaja em criar novas possibilidades.

Assim, pensar em intraempreendedorismo é pensar em um futuro onde negócios crescem junto com pessoas e onde cada talento tem espaço para brilhar.

No Brasil, grandes organizações já entenderam essa lógica e têm investido em programas de intraempreendedorismo, incubadoras internas e desafios de inovação. O resultado é um ambiente em que o talento é estimulado e o propósito se conecta à prática.

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O intraempreendedorismo é, no fundo, uma ponte entre colaboradores engajados e empresas mais humanas e criativas. É o lembrete de que as grandes transformações começam, muitas vezes, com uma simples pergunta feita por alguém que ousou pensar diferente.

Sinto que eu sempre fui intraempreendedora pelos lugares que passei, e, por isso, hoje a minha jornada empreendedora é tão latente. Mas sempre tive muita vontade de mais nos lugares que passei, afinal, empreender não é só abrir portas lá fora, é também transformar o que já existe em algo ainda melhor e lucrativo.

Me conta, você já conhecia ou tem conhecimento no tema?


Lu Brito é mãe, empreendedora há mais de nove anos e CEO do espaço kids Gurizada Faceira. Atua como gestora de projetos e comunidade no ecossistema de inovação, gestora de projetos na B2Mamy e mentora de startups. Também é líder de inovação e articulação na Odabá - Associação de Afroempreendedores do RS.