Empresa relata preocupação com criação de novos focos de lixo no rio Gravataí

Empresa relata preocupação com criação de novos focos de lixo no rio Gravataí

Chuva pode fazer com que materiais represados nos arroios afluentes retornem ao curso d'água

Felipe Faleiro

Lixo segue sendo depositado em píer, de onde vai ao pátio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Urbanos

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O casal de namorados Cristiano de Souza Lacerda e Sheila Cunha mora há cerca de um mês no bairro Jardim América, em Cachoeirinha, não muito distante de onde foram recentemente instaladas, pela FDM Engenharia, duas barreiras de contenção para bloquear o fluxo da montanha de lixo e dos aguapés pelo leito do rio Gravataí, junto ao píer da Praça do Ecoturismo. Com certo pesar, eles observavam as estruturas temporárias de fato cumprindo sua função, mas lamentaram que tal situação estivesse acontecendo.

“A praça aqui é muito boa de passear com a família, mas está sendo difícil frequentar por conta disto, ainda que as condições deste local tenham melhorado. Este lixo reflete a falta de consciência da população em não descartar corretamente seus resíduos”, observou Lacerda. “Acredito que a prefeitura tem feito sua parte, basta a sociedade fazer a dela”, comentou Sheila. Técnicos e gestores da FDM não escondem a preocupação com possíveis novas ocorrências de chuva, por julgar que ela pode ajudar a transportar mais lixo represado nos arroios afluentes, como Feijó e Passinhos, ao Gravataí, como ocorre geralmente.

Com isso, seria desfeito um trabalho de remoção do material contaminante já parcialmente concluído. Por isso, segundo eles, o ideal seria instalar contenções na foz destes cursos d'água. Hoje, prossegue a remoção do material e encaminhamento aos cuidados da prefeitura de Cachoeirinha, no pátio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Urbanos. Em outro ponto do Gravataí, a régua de medição do Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), alcançou a marca de 1,81 metro no início da manhã, e 1,77 metro na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan, em Alvorada.

Medição de outros rios

Também na manhã desta segunda-feira, a medição da Agência Nacional de Águas (ANA) em Campo Bom no rio dos Sinos registrou 1,78 metro no nível da água. No Centro de São Leopoldo, a marca era de 1,04 metro. Em ambos os locais, chamou a atenção a vazão do rio, que atingiu 28,7 e 25 metros cúbicos por segundo (m³/s), respectivamente. Já na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, o registro foi de 64 centímetros na segunda-feira.

Em Novo Hamburgo, a aferição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) exibiu a marca de 2,83 metros. No Guaíba, a régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, registrou 72 centímetros. No terminal hidroviário da CatSul, em Guaíba, 68 centímetros. E, enquanto isso, no trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, a marca alcançada foi de 38 centímetros.


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