Excesso de chuva causa transtornos para moradores das ilhas, em Porto Alegre

Excesso de chuva causa transtornos para moradores das ilhas, em Porto Alegre

Água invadiu ruas que já haviam sido afetadas na semana passada na Ilha Grande dos Marinheiros e na Pintada

Felipe Faleiro

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As águas do Guaíba voltaram a subir com força nesta quarta-feira (13), com a forte chuva que caiu sobre Porto Alegre. Conforme a régua da Agência Nacional de Águas (ANA), o alcance foi de 2,42 metros no Centro Histórico no começo da tarde, mantendo depois a condição de estabilidade. A cota de alerta no local é de 2,55 metros, e de cheia, três metros. Na Ilha da Pintada, segundo a Defesa Civil Municipal, a medição manual foi de 2,08 metros, dentro da cota de alerta, de 2 metros, mas fora da cota de inundação, de 2,20 metros. A Instituição de Educação Infantil Anjo das Flores, na Ilha Grande dos Marinheiros, não abriu as portas.
 
Tal situação fez com que os moradores do Arquipélago mais uma vez precisassem redobrar os cuidados, visto que a água invadiu vias onde já havia ingressado a partir do Guaíba na semana passada, como a rua Nossa Senhora Aparecida, na Ilha Grande dos Marinheiros, e a Nossa Senhora da Boa Viagem, na Pintada. O vento de sudeste ontem pela manhã contribuiu para o represamento do fluxo. O comerciante João Ernesto Prates, porém, abriu sua pequena mercearia ontem, nos Marinheiros, mesmo com a água na via na altura do tornozelo. 

O negócio dele, mais alto do que o nível da rua, não chegou a ser afetado em razão da água, mas sim por causa da falta de luz.  Um galho de árvore caiu em frente ao seu estabelecimento, e ficou pendurado na fiação elétrica, fazendo com que toda a ilha ficasse sem energia desde às 17h de terça. "Liguei para a CEEE Equatorial, disseram que mandariam equipe, mas até agora nada", comentou ele, com frustração, acrescentando que, em ocorrências assim, de forma geral há uma diminuição no número de clientes que acessam o local.
 
O alagamento também preocupou o piloto de rebocador Luis Fernando Leal Bittencourt, que mora em uma rua centralizada da Ilha da Pintada, entre a margem do Guaíba e o banhado do outro lado da mesma. “Não chegou a entrar água na minha casa, no entanto, estamos observando. No final das contas, acabou enchendo mais o banhado do que o rio”, disse ele. A unidade de saúde Ilha da Pintada tinha uma placa na manhã de ontem na entrada, alertando para a possibilidade de alagamentos, e orientando usuários a procurarem outros locais em caso de necessidade de atendimentos, como a Unidade de Saúde Ilha do Pavão.


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