Prefeitura de Xangri-lá quer que Asuplama deixe gestão da Plataforma Marítima, diz Rabadan

Prefeitura de Xangri-lá quer que Asuplama deixe gestão da Plataforma Marítima, diz Rabadan

Presidente da associação ressalta que organização cuida do espaço há vários anos

Eduardo Souza / Rádio Guaíba

publicidade

O presidente da Associação dos Usuários da Plataforma Marítima de Atlântida (Asuplama), José Luís Rodrigues Rabadan, confirmou nesta sexta-feira que a prefeitura de Xangri-lá pretende excluir a associação da gestão do espaço caso assuma a cessão do local. Nessa quinta-feira o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou Ação Civil Pública (ACP), com pedido de liminar, para a regularização do registro, da patrimonialidade e da cessão da plataforma, localizada no Litoral Norte.

Conforme Rabadan, após reuniões entre a associação e o Ministério Público Federal, com a Advocacia-Geral da União e representantes da cidade, a Prefeitura encomendou um laudo e só após a sua conclusão irá se manifestar sobre o assunto. “Então para isso eles (a Prefeitura) estão fazendo um contrato com o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (LEME), que é um instituto ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), para a avaliação de estruturas de concreto, e que vai gerar um laudo. A partir desse laudo eles vão decidir”, declarou.

Ainda conforme o presidente José Luís Rabadan, o município de Xangri-lá, se assumir a gestão do espaço, pretende excluir da gestão a Asuplama, entidade sem fins lucrativos fundada em 1975, atualmente responsável pela administração da plataforma. “Eles também manifestaram que não querem mais que no futuro a associação faça parte, o que é muito ruim pra nós. Porque nós estamos cuidando da plataforma já há muitos anos. E vale lembrar que a plataforma foi construída com uma expectativa de vida de 30 anos. E nós trouxemos ela até os 54 anos”, comentou.

Atualmente, a Plataforma Marítima está liberada para uso parcial em 200 metros, tanto para pesca quanto para visitação. Ela foi reaberta após vistoria do Corpo de Bombeiros. No dia 15 de outubro, uma parte desabou. Ninguém ficou ferido. Cerca de 350 pescadores são sócios e podem exercer atividades na plataforma. Por ano, cerca de 30 mil turistas visitam o local.

Rabadan acredita ser possível uma espécie de gestão compartilhada entre o poder público e a associação, com cada um assumindo diferentes responsabilidades. “A nossa expectativa é que a prefeitura aceite a cessão e que reconheça que a Asuplama manteve a plataforma até agora e que nos deixe cuidar da parte da pesca, da parte dos associados e não termine com a associação”, concluiu.

A medida movida pelo MPF ainda pede que, ‘em um prazo de cinco dias, sejam instaladas placas no entorno da área, de forma ostensiva e facilmente visível, contendo alerta de que nenhum banhista pode se aproximar, e sobre o perigo de desabamento’.

O Correio do Povo entrou em contato com a prefeitura de Xangri-lá e aguarda posicionamento da administração municipal a respeito.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895