Região Metropolitana está em alerta e segue monitorando nível do rio dos Sinos

Região Metropolitana está em alerta e segue monitorando nível do rio dos Sinos

Em Canoas, a medição era de 1,85m na manhã de hoje

Fernanda Bassôa

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A passagem do ciclone extratropical, que causou uma série de transtornos e devastação em diversas cidades do Estado no último dia 13 de julho, ainda segue provocando alguns reflexos nas cidades da Região Metropolitana e Vale dos Sinos. A cheia do rio dos Sinos, com alerta de inundação, coloca de prontidão as equipes da Defesa Civil e todas as atenções ficam voltadas para as regiões alagadiças.  

Na cidade de Campo Bom, no Vale do Sinos, nove pessoas que ficaram desabrigadas com a cheia do rio dos Sinos foram alojadas no Ginásio Municipal. O nível do rio nesta segunda-feira marcava 7,29m durante a manhã, mas estava apresentando uma queda lenta.

No domingo, de acordo com a prefeitura, ele chegou a marca dos 7,34m. O bairro Barrinha é a localidade mais atingida da cidade, diante do alerta de inundação. As aulas da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Princesinha e Escola Municipal de Ensino Fundamental Princesa Isabel, na Barrinha, foram temporariamente suspensas, pois a água invadiu as ruas do entorno da escola.

Em São Leopoldo, o nível do rio dos Sinos na manhã desta segunda-feira era de 4,90m, com projeção a estabilizar já no final da tarde e começar a baixar durante a noite. Entretanto, se mantém o status de alerta e inundação de acordo com a medição, que ocorre por telemetria da régua do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos, instalada na rua da Praia. Não há nenhuma pessoa desalojada ou desabrigada no município. Equipes da Defesa Civil seguem em constante monitoramento.  

Em Novo Hamburgo, a medição era de 7,74m mantendo a estabilidade nas últimas quatro horas. De acordo com a prefeitura, a tendência é começar a baixar. Não há desabrigados. Em Sapiranga, o Rio dos Sinos ainda se encontra em situação de transbordo, e por causa das condições do vento, represando água na região entre Sapiranga, Campo Bom e Novo Hamburgo, impedindo a vazão.

Conforme dados da Defesa Civil, a tendência é de declive lento da água, com expectativa de normalizar o nível entre a quarta e quinta-feira. No domingo uma família ribeirinha de sete pessoas, que residem no bairro Porto Palmeira, foi removida pela Defesa Civil e Bombeiros para o abrigo de emergência da prefeitura. 

Canoas 

Em Canoas, a medição do nível do Sinos na manhã de segunda-feira era de 1,85m, com intenso monitoramento das equipes da Defesa Civil. De acordo com a projeção, o rio já está baixando, pois na tarde de domingo estava em 1,88m, reduzindo 3 centímetros nas últimas 24 horas.

De acordo com a administração, não há desabrigados acolhidos nos ginásios da prefeitura. A informação é de que em torno de seis famílias saíram da Praia do Paquetá e estão em casas de familiares, em razão das águas que tomaram parte da rua, invadindo o pátio de algumas casas.

A prefeitura segue mantendo as medidas de monitoramento e medição do nível do Rio, bem como auxílio para os canoenses que necessitarem. Moradora há mais de 28 anos da Praia do Paquetá, em Canoas, Sueli Martins de Oliveira, diz que já está acostumada com o fato de ter que monitorar o rio a cada chuva forte. “O problema é o vento sul, que represa a água aqui. Mas convivemos com isso há anos, não é nenhuma novidade para nós". 

O diretor técnico do Consórcio Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior, que vem monitorando a situação hídrica através Plataforma de Monitoramento Espacial do próprio consórcio – que permite acompanhar a evolução dos fenômenos climáticos e suas consequências –, diz que no momento a situação é de normalidade.

“Em geral, o rio está dentro do esperado. O tempo firmou e temos a previsão dos próximos dias sem chuvas. Não há projeção de uma mudança brusca da situação, que hoje está controlada". Segundo ele, o rio em São Leopoldo subiu 50 centímetros nas últimas 24 horas, mas na Barrinha, em Campo Bom, onde há outro ponto de medição do Consórcio, baixou 10 centímetros de domingo para esta segunda-feira. “A água que vem das cabeceiras, nas cidades de Riozinho e Caraá, já desceu e tem apresentado boa vazão. Então a situação é de tranquilidade". 


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