Eleições 2024: Convenções ampliam pressões por candidaturas em Porto Alegre
No momento, seis pré-candidaturas estão postas e uma sétima em negociação, mas articulações seguem na disputa ao Paço Municipal
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O início do período das convenções partidárias, nas quais são homologados candidatos e chapas das eleições municipais de 2024, intensificou a pressão sobre articuladores políticos para a definição das alianças na Capital, Porto Alegre. A pouco mais de dois meses do pleito, o maior colégio eleitoral do RS ainda tem intensa negociação de bastidores, com direito a disputa por partidos, candidatos que tentam se viabilizar e movimentos para conter rebeliões em alianças já fechadas.
Mantido o desenho do momento, analistas políticos chamam a atenção para a importância que a rejeição a diferentes nomes pode alcançar no pleito. Isso significa que a escolha de um candidato pode se dar principalmente pela rejeição a outro e não necessariamente pelo eleitor se identificar com a opção que fará. As convenções vão até o dia 5 de agosto. O prazo para o registro de candidaturas e chapas termina no dia 15. Hoje, em Porto Alegre, seis pré-candidaturas estão postas e a sétima é negociada.
O prefeito Sebastião Melo (MDB) tentará a reeleição. Seu principal aliado, o PL, indicou a vice, Betina Worm, tenente-coronel do Exército. Ele tem costurada a coalizão com PP, PSD, PRD, Solidariedade e Podemos. Este último oficializou o apoio em convenção no sábado. Também conversa com o Republicanos. E possui tratativas com integrantes do União Brasil. Mesmo que a sigla tenha inicialmente formado um bloco com PDT, PSB e Avante para as negociações na Capital, e que o deputado estadual Thiago Duarte siga mantendo a pré-candidatura ao Paço.
Melo trabalha pela ampliação ao mesmo tempo em que tenta diminuir o desgaste resultante da forma como a administração municipal enfrentou a tragédia climática. De quebra, convive há meses com ruídos internos envolvendo o PL e o PP, novamente intensificados após a definição da vice.
Desagrada parte de lideranças nas duas legendas que Worm seja “apadrinhada” de Zucco. O deputado federal assumiu o comando do PL na Capital em março, em um processo atribulado; está à frente do grupo que tenta derrubar o colega Giovani Cherini do comando estadual; e almeja disputar o Piratini em 2026.
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PT busca ampliar apoios
Em oposição frontal ao prefeito está a deputada federal Maria do Rosário (PT). A federação PT/PCdoB/PV a escolheu para a disputa em 2023, quando também foi negociada a aliança com a federação PSol/Rede, que indicou a servidora Tamyres Filgueira de vice.
Porto Alegre é uma das prioridades do PT nacional, até porque a sigla adotou uma estratégia mista. Vai apostar na cabeça de chapa em 14 capitais, entre elas Belo Horizonte e Fortaleza, respectivamente o terceiro e o quinto maiores eleitorados do país. E apoiar aliados em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, que são o primeiro, o segundo e o quarto maiores colégios brasileiros.
A deputada sofreu e ainda sofre resistências internas, evidenciadas no processo de indicação partidária. Ela começou a pré-campanha cedo, centrando em denúncias de corrupção na educação e nas deficiências no transporte público e na saúde da cidade. O início precoce e a delimitação do adversário almejam diminuir sua rejeição em fatias significativas do eleitorado. Após a tragédia climática, ela também aumentou a visibilidade de propostas para a infraestrutura e o meio ambiente.
PT e PDT desejam o PSB. A direção estadual tirou indicativo de apoio à pré-candidatura petista. A municipal manteve o acordo inicial e indicou apoio à pré-candidatura da ex-deputada Juliana Brizola (PDT) à prefeitura. A direção nacional do PSB é quem deve bater o martelo, com vantagem para o PT.
Mesmo assim, o PDT assegura que manterá Juliana no páreo. Também terão candidatos próprios o Novo, que lançou o deputado estadual Felipe Camozatto. E o PSTU, que anunciou Fabiana Sanguiné.
Definição do PSDB/Cidadania gera expectativa
A maior expectativa nesta reta final de decisões recai sobre a federação PSDB/Cidadania, que vive desde 2023 um enredo particular. O governador Eduardo Leite e a presidente estadual Paula Mascarenhas trabalham para viabilizar a candidatura do ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior ao Paço, depois de negativas da deputada Nadine Anflor e do presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior.
A deputada federal Any Ortiz (Cidadania) chegou a ser cogitado para representar a federação. Mas sua proximidade com o prefeito, proporcional à distância que possui do círculo de Leite, inviabilizou avanços. A vontade dos expoentes estaduais tucanos se sobrepôs também a de líderes municipais, que tentavam encontrar outras opções. Elas, porém, esbarravam, entre outros pontos, na baixa densidade eleitoral dos postulantes. Marchezan é mais conhecido e tem maior inserção. Contudo, assim como Melo e Rosário, também enfrenta rejeição de fatias importantes do eleitorado.