Eleições 2024: Disputa de Porto Alegre gera crise na federação PSDB e Cidadania

Eleições 2024: Disputa de Porto Alegre gera crise na federação PSDB e Cidadania

Partidos têm até sexta-feira para definir a composição da executiva municipal, ao mesmo tempo, precisam avançar na chapa

Flávia Simões
Federação tem tido dificuldade para conseguir fechar a chapa majoritária na disputa de Porto Alegre

Federação tem tido dificuldade para conseguir fechar a chapa majoritária na disputa de Porto Alegre

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Com o calendário eleitoral batendo na porta, a Federação PSDB/Cidadania ainda segue em compasso de espera para definições sobre a disputa em Porto Alegre. Os partidos precisam oficializar até essa sexta-feira, dia 5, a composição da executiva municipal que comandará as discussões do pleito, mas até o momento os atores da disputa – tanto aqueles que podem figurar enquanto possíveis candidatos, até aqueles que atuarão nos bastidores – esperam os acenos de cima. No Estado, a federação é comandada pelo secretário Artur Lemos, chefe da Casa Civil.

Enquanto isso não ocorre, conversas paralelas ocorrem em diferentes tons e, por vezes, se desencontram. A executiva estadual tucana, comandada pela prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, insiste que o nome mais forte do partido seria o do ex-prefeito da Capital, Nelson Marchezan. Já a executiva municipal, liderada pelo vereador Moisés Barboza, afirma que em pesquisa realizada entre os vereadores e pré-candidatos, 90% defendem um nome novo. Além disso, o ex-prefeito não se mostrou disposto a concorrer novamente. Ele está afastado da vida pública desde que deixou o cargo, em 2021, quando Sebastião Melo (MDB) assumiu a prefeitura.

Nesse imbróglio, o Cidadania é direto: a candidatura a ser lançada pela federação precisa ser um nome forte e o mais indicado, para eles, é o da deputada Any Ortiz (Cidadania). Caso contrário, defendem a continuação do apoio ao prefeito Sebastião Melo (MDB), afirma o presidente municipal do partido, Rodrigo Karan.

O problema é que os tucanos persistem na ideia da candidatura própria e não se mostraram, até o momento, inclinados em discutir outra coisa se não isso. Nos bastidores, integrantes do Cidadania já afirmam que caso o PSDB não apresente um nome forte, o único empecilho para apoiar a reeleição de Melo são as vedações legais, como manifestações nos horário de TV. No 'dia a dia' da campanha, estarão empenhados para unir seu nome ao do emedebista, inclusive nos 'santinhos'. O medo é que o Cidadania, por se tratar de um partido menor, tenha menos peso nas negociações e os tucanos queiram “carregar a reboque” o partido em uma candidatura sem chances reais.

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Apesar de ser o nome mais forte entre os dois partidos, visto sua atuação política e seu bom posicionamento nas últimas pesquisas, a possível candidatura de Any ao Paço Municipal ainda não engrenou. De um lado, Paula afirma que parece não haver muito interesse por parte da deputada em concorrer, mas rechaça a possibilidade da executiva estadual não ser muito favorável ao nome dela, pelo contrário. A relação com a deputa é “de parceria e respeito”, disse Paula.

Já nos bastidores, a visão de interlocutores do Cidadania é de que falta apoio e incentivo da executiva estadual tucana e até do governo do Estado para que as conversas avancem de fato na candidatura da deputada. Na semana passada, Any participou de reuniões com as duas executivas tucanas, municipal e estadual, mas, novamente, nenhuma definição saiu.

O desencontro de interesses entre executivas e partidos da federação também se dá na opinião sobre a demora no avanço das conversas e efetivação da executiva. Enquanto integrantes do Cidadania, incluindo direção e vereadores, acreditam que as conversas já deveriam estar mais avançadas e a federação municipal criada, visto que estamos há menos de 20 dias para o início das convenções partidárias.

Os tucanos - que também ventilam os nomes do deputado Kaká D’Ávila e do ex-deputado Mano Changes como cotados para a disputa majoritária - entendem que essa “demora” não é prejudicial – já que as conversas já vem ocorrendo, mesmo que não oficializadas – e se deu, principalmente, em função das enchentes que varreram o Estado e demandaram todos os esforços e atenção do poder público. Ao longo dessa semana novos desfechos entre essa aliança são esperados.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895