Eleições 2024: Melo prega campanha “da paz” e desconversa sobre 2026

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), realizou ato onde confirmou sua pré-candidatura à reeleição nesta segunda-feira. Melo evitou falar em polarização, tema que já aparece no debate político e é uma aposta de candidaturas de oposição, e das eleições de 2026, projetando uma disputa “da paz e sem ódio”. Questionado se ficaria os quatro anos à frente do município, já rechaçando uma eventual disputa pelo Piratini, Melo limitou-se a dizer que é pré-candidato a prefeito e que o “Estado e o país não estão em pauta”, sem uma resposta direta.

Afirmando a importância de partidos aliados em um conselho político da pré-campanha, tendo entre eles o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, Melo tentou “despolarizar” a disputa pela prefeitura. “Eleição municipal é menos polarizada. A questão do prefeito é do portão para fora, ou seja, como está a rua, como está a praça, como está a creche, o emprego.”

Melo afirmou não entrar no debate ideológico, embora respeite visões divergentes. “Não tenho a pretensão de tirar a ideologia de ninguém. Cada um tem a sua e tem de mim o profundo respeito por quem pensa diferente. O que não vou fazer é transformar a eleição em uma guerra. A eleição é um momento de paz e não de guerra.”

Sobre 2026 e um possível projeto de buscar o Piratini, podendo gerar novas divergências com o atual vice e ficha um para disputa do cargo de governador, Gabriel Souza (MDB), o prefeito não foi taxativo, sem confirmar e nem negar, limitou-se a dizer que quem “antecipa eleição é a oposição” e que está focado nas pautas municipais.

“Sou candidato a terminar o governo, que falta nove meses, depois disputar a eleição, que aqui ‘é Grenal’. Se ganhar a eleição, fazer mais e melhor. Portanto, não está na minha pauta discutir Estado.”

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Sobre as divergências de sua ala partidária com a de Gabriel em 2020, quando defendeu candidatura própria em detrimento a vice de Eduardo Leite (PSDB), e no segundo turno fez campanha para Onyx Lorenzoni (PL), Melo afirmou ser um assunto superado. O pré-candidato à reeleição, ao lado do presidente estadual do MDB, o deputado estadual Vilmar Zanchin, do ex-prefeito José Fogaça e do vice Ricardo Gomes, disse, em entrevista coletiva, que Gabriel não esteve presente no ato por compromissos em Brasília e que o governador em exercício ligou para ele pela manhã.

“Vice é construção”

Um dos desafios de Sebastião Melo será a definição do vice em sua chapa. Após a desistência de Ricardo Gomes, que deixou o PL, os liberais reivindicam a preferência na indicação, mas não chegaram a um consenso pelo nome. Essa brecha faz com que partidos como o PP iniciem movimento de discussão interna para levar possibilidades a Melo. Conforme ele, a partir do seu anúncio, inciaria um processo de diálogo com todos os partidos aliados.

“Fui vice e vice é uma construção. Que bom que haja vários partidos que queiram ser vice, é da riqueza do processo”, disse Melo. Ele evitou sacramentar que o nome virá do PL, que, conforme o prefeito, “estará junto” no projeto, independente disso. Melo não definiu prazo para a definição, mas quer que seja breve. “Tenho que redistribuir o processo. Não há outro caminho. Mas não pretendo levar muito tempo não.”

No auditório de um prédio comercial no Centro Histórico, além de lideranças do MDB, estiveram presentes dirigentes de partidos que já anunciaram publicamente apoio a Melo como o PL, o PP e o PRD, além do Podemos e do Republicanos, que já sinalizaram aliança. Também prestigiaram o ato o PSD, com a pré-candidata Cláudia Araújo no palco, inclusive, e do Cidadania, que está federado com o PSDB, partido que defende candidatura própria.

Confira fotos do evento de lançamento da pré-candidatura