Governo do RS: Vieira da Cunha fala sobre educação e privatizações

Governo do RS: Vieira da Cunha fala sobre educação e privatizações

Ao programa "Agora", da Rádio Guaíba, ele também destacou os motivos pelos quais decidiu concorrer ao governo e suas propostas 


Paula Neiman*

Candidato ao governo do RS, Vieira da Cunha (PDT), foi entrevistado pelo programa 'Agora' da Rádio Guaíba

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Nesta sexta-feira (16), o candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Vieira da Cunha (PDT), foi o entrevistado pelo programa "Agora" da Rádio Guaíba. Ele abordou a sua principal bandeira, a educação. Falou sobre a sua trajetória em esferas governamentais e as privatizações. 

No início da entrevista, o candidato, que já foi presidente da CEEE e secretário de educação, comentou que a sua trajetória pregressa faz com que se sinta apto para o cargo de governador.  “Me sinto pronto, preparado, seguro, confiante para fazer o governo que o Rio Grande do Sul precisa”, enfatizou. 

Sobre a sua vontade de governar o Estado, ele disse que vem através de uma inconformação de questões que vem ocorrendo, principalmente sobre evasão escolar. O candidato afirmou ter “firme convicção que é a educação que transforma, educação pública qualificada.”

Fez diversas promessas em relação à educação e comentou como referência os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP), popularizados à época do ex-governador Brizola. Por isso, disse que em seu possível governo, fará diversas escolas inspiradas na educação brizolista, educação diferenciada com integral.

Ao ser questionado sobre como implementar estas ações no Estado, já que o RS possui diversas dívidas públicas, defendeu avaliações. “Neste momento em que vivemos carências e diminuição de impostos, vamos exigir da União compensação pela queda da arrecadação”, referenciando a lei feita pelo governo federal que limita as alíquotas. "Todos queremos diminuir impostos, mas isso gera um impacto nas contas públicas”, esclareceu. 

O candidato prometeu que no primeiro minuto de governo entrará com a ação contra o governo federal para rever a dívida com a União. 

Em relação às privatizações, o candidato disse não concordar com a privatização já feita, com a venda da CEEE e nem com a da Corsan, que está em processo. Em relação a CEEE, comentou: "Não estava quebrada, eu fui presidente em 1994, quando deixamos o governo, a empresa estava em superávit.” O candidato disse que não promete fazer essa re-estatização pois acredita que é muito difícil que ocorra.

Sobre a Corsan, ele ressaltou que “água é um bem público essencial, é saúde pública”. Acredita em mudanças através das parcerias público-privadas e que o marco público legal e o avanço no tratamento de esgoto poderiam ocorrer, caso houvesse parcerias. 

Vieira da Cunha disse acreditar nas empresas públicas, mas em “empresa pública eficiente”, e que não vai compactuar com ineficiências. 

Ele prometeu que o Banrisul continuará sendo banco público, em um possível governo seu. “Porque ele cumpre uma visão social que o banco privado não cumprirá, que é estar nas  nas pequenas comunidades do interior”, explicou. 

Ao ser questionado se existe algum segmento que concorda com a privatização, Vieira da Cunha explicou que concorda com parcerias público-privadas. “Sou totalmente aberto para esse tipo de parceria, mas preciso discutir o modelo”, disse. E conclui: “não é porque é pública que funciona mal, não é porque é privada que funciona bem, a questão é de eficiência na gestão.” 

Se referindo ao seu tempo de secretário de educação, disse ter dobrado o número de alunos em tempo integral, 33,7% do orçamento na educação. “Foi o que chegou mais perto do que manda a constituição de colocar 35%, mesmo que com dificuldades no governo sartori na época, conseguimos priorizar a educação,” enfatizou o candidato. 

Referente à segurança pública, disse que houve aumento da violência e que as suas propostas são o aumento de concursos públicos, investimento em inteligência policial e ter tecnologia para o trabalho na rua, como câmeras nos coletes.

*Supervisão Mauren Xavier


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895