Serra diz que vazamento de dados da Receita é "sujeira"

Serra diz que vazamento de dados da Receita é "sujeira"

Candidato do PSDB acusa Dilma que, por sua vez, ignorou o caso no horário gratuito eleitoral desta quinta-feira

AE

publicidade

O candidato do PSDB à presidência, José Serra, disse nesta quinta-feira, na propaganda do horário gratuito da noite na TV, estar "indignado" com a quebra pela Receita Federal do sigilo fiscal da sua filha, Verônica Serra. Ele alertou para o risco de dados da população serem vazados pelo governo federal, como no episódio do caseiro Francenildo da Costa.

Também nesta noite, o TSE inocentou a candidata das acusações. O Tribunal arquivou pedido de cassação da candidatura de Dilma Rousseff.

"Estou indignado com isso. Isso não é política, isso é sujeira", acusou o tucano. "Se continuar assim, todos nós seremos Francenildos, à mercê de gente sem escrúpulos", afirmou Serra, referindo-se ao episódio no qual o caseiro teve o sigilo bancário quebrado pela Caixa, uma instituição pública.

Serra ressaltou que sempre quis ser presidente, mas jamais recorreu a "baixarias". "A disputa política tem de ter limites", salientou.

O episódio do caseiro também foi lembrado pelo locutor da peça, que listou uma série de escândalos eleitorais envolvendo o PT. Foram mostradas imagens do mensalão (2005), do escândalo dos aloprados (2006) e do caso da exploração de uma das filhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 1989. Na época, o principal adversário do petista na disputa, Fernando Collor de Mello, mostrou depoimento da mãe de Lurian, Miriam Cordeiro, dizendo que Lula era favorável à interrupção da gravidez por meio de aborto.

"A mesma baixaria usada contra a filha de Lula é agora usada contra a filha de Serra", acusou a inserção tucana. A peça mostrou ainda que hoje Collor apoia a candidatura de Dilma Rousseff (PT) ao Palácio do Planalto.

Dilma ignora caso

A propaganda do PT ignorou o caso da quebra de sigilo. O programa da candidata Dilma Rousseff procurou mostrar com imagens e números que as obras do governo federal não só melhoraram a infraestrutura do Brasil, mas também geraram emprego para a população.

Eleitores elogiaram iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o projeto de transposição do Rio São Francisco que, segundo eles, ajudaram a distribuir renda no país. "Uma das coisas mais bonitas no Brasil de hoje é que todo mundo teve oportunidade de subir na vida", ressaltou Dilma Rousseff.

A candidata do PT criticou as gestões anteriores por terem, segundo ela, investido pouco na infraestrutura do Brasil e listou uma série de iniciativas que pretende realizar em um eventual governo do PT. "O Brasil passou muito tempo parado, sem projetos, obras e planejamento", afirmou. "Vamos investir mais em transporte público, criar 500 UPAs, abrir 2,8 mil postos de polícia comunitária e construir mais 2 milhões de moradias", prometeu.

Marina critica mundo cor-de-rosa

Os demais candidatos repetiram as inserções exibidas no final da tarde. A propaganda de Marina Silva, do PV, criticou seus dois principais adversários, destacando que Dilma e Serra mostram em seus programas um mundo “cor-de-rosa e azul'” que não existe na realidade.

A presidenciável listou problemas reais enfrentados pela população brasileira em setores como segurança pública e saúde e disse confiar no eleitor para levá-la ao segundo turno dessa eleição. "Proponho desenvolvimento sustentável e uma política diferente", destacou Marina.

Outros candidatos

Plínio de Arruda Sampaio, do PSTU, pregou igualdade para todos os cidadãos do país. Rui da Costa Pimenta, do PCO, falou novamente do petróleo e dos trabalhadores da Petrobras que precisam de melhores condições. Zé Maria, do PSTU, defendeu a retirada das tropas brasileiras no Haiti. José Maria Eymael, do PSDC, citou que terá programa de metas sociais se chegar à Presidência da República.

Levy Fidelix, do PRTB, criticou os adversários que lideram as pesquisas, ressaltando que são financiados pelos poderosos e banqueiros. Ivan Pinheiro, do PCB, disse que o Brasil deveria começar uma luta para tirar as tropas norte-americanas do continente.

Bookmark and Share

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895