Aviação agrícola entra na pauta do Congresso Cerealista

Aviação agrícola entra na pauta do Congresso Cerealista

Projeto que “proíbe a proibição” da atividade no Estado foi o destaque na abertura do encontro nacional nesta quinta-feira, 21, em Garibaldi

Guilherme Sperafico

Reunião da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa abriu os trabalhos do 2º Congresso Cerealista Brasileiro, em Garibaldi

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Em tramitação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o Projeto de Lei nº 442/23, do deputado Marcus Vinicius de Almeida (PP), que declara a aviação agrícola como atividade relevante ao interesse social, público e econômico no Estado, ganhou destaque na abertura do 2º Congresso Cerealista Brasileiro, que ocorre em Garibaldi, na Serra Gaúcha. Promovido pela Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), o congresso prossegue até o próximo sábado, 23.

O tema da aviação agrícola foi abordado em reunião da Comissão de Agricultura da Assembleia, cuja pauta original contemplava a irrigação. De acordo com o autor da proposta, deputado Marcus Vinicius de Almeida (PP), a intenção é “proibir a proibição” do uso de aviões para aplicação de agrotóxicos na lavoura gaúcha.

“Isto porque, após a aprovação de uma lei no Ceará, que proíbe esse tipo de trabalho, diversos estados, incluindo o RS, também possuem projetos que têm em comum este objetivo”, explicou Marcus Vinicius.

A lei aprovada no Ceará chegou a ser contestada no Supremo Tribunal Federal (STF), que definiu que as unidades federativas têm autonomia para legislar sobre o setor. O texto de Marcus Vinicius deve ser levado à análise do plenário da Assembleia em dezembro.

“A lei é necessária para garantia da segurança alimentar e abastecimento do RS, tornando aberta e livre a aviação agrícola em todo o Estado, desde que respeitada a legislação”, disse Marcus Vinicius, que contabiliza o apoio de 25 dos 55 deputados estaduais.

Embora enfrente a resistência de entidades, políticos e de movimentos sociais, o deputado garante que, além de necessária, a irrigação e aplicação de defensivos por meio de aviões é segura. “Respeitamos as opiniões contrárias, mas se houver, em algum lugar, algum tipo de erro, que seja responsabilizada a empresa e o piloto que errou. Não podemos punir um setor inteiro”, concluiu.

Importância da irrigação

A abordagem sobre irrigação ficou sob responsabilidade do deputado estadual Guilherme Pasin (PP) e do palestrante, engenheiro agrônomo José Enoir Daniel. O parlamentar salientou que, mesmo em um ano marcado pelas enchentes, o excesso de água não será aproveitado para os meses de estiagem.

“Nos assusta o fato de que nenhuma gota desta água que caiu em excesso foi reservada”, disse Guilherme Pasin.

Daniel afirmou que, com o estoque de água, seria possível ampliar a produção agrícola.

“A soja, por exemplo, poderia chegar a 82% de aumento de produtividade, enquanto o milho pode superar os 200%”, afirmou o engenheiro agrônomo.

Como está previsto para o PL 442/23, uma proposta que visa oferecer maior segurança jurídica para o uso da irrigação deve ser apreciado pelo plenário do Legislativo em dezembro.

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