Banco alerta sobre gastos com Proagro

Banco alerta sobre gastos com Proagro

Manifestação do diretor de Agro do Santander ocorreu no primeiro dia da 30ª Agrishow, em Ribeirão Preto

Larissa Mamouna

Primeiro dia da feira, em Ribeirão Preto teve movimento tranquilo e dia nublado

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Citando dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o diretor de Agro do Banco Santander, Carlos Aguiar, classificou como insustentável o fato de o Rio Grande do Sul responder por 50% dos gastos nacionais com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

Nesta segunda-feira, 28, na 30ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), Aguiar alertou sobre a necessidade de investimento em produtividade e em condições de solo para que o Estado tenha melhores possibilidades para enfrentar intempéries climáticas.

“Imagina o orçamento para o Brasil e 50% vai para o Rio Grande do Sul? É insustentável. Trata-se de um Estado pequeno, mas importante, que consome esse orçamento do Proagro”, afirmou Aguiar.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) confirmou o percentual, salientando que os gastos do Proagro são maiores nos estados da Região Sul do país, e que o índice do RS se deve às dificuldades enfrentadas pelos produtores gaúchos nos últimos cinco anos.

Na avaliação de Aguiar, a situação de endividamento dos produtores rurais gaúchos terá de ser resolvida caso a caso.

“O Rio Grande do Sul tem uma realidade diferente. Uma aérea do Estado, que é o Litoral, e mais ao Sul, estão em situações excelentes, com nenhum problema nas nossas carteiras. Outra área, mais no Oeste, sofreu com a estiagem. Provavelmente, no próximo mês, deve ser anunciado algo (para esses produtores), mas será por município. Não para todo o Estado”, afirmou.

Aguiar descartou a concessão de condições especiais de auxílio para os que sofreram as consequências dos eventos climáticos e aqueles que não foram impactados.

“Estamos olhando por área de calamidade e caso a caso”, explicou.

O diretor acrescenta que há uma expectativa positiva de que os produtores atingidos irão se reerguer e acrescentou que o acesso ao crédito rural tem sido prejudicado por “uma questão política”.

“Minha recomendação para quem é do Rio Grande do Sul é que procure o seu banco, procure fazer um bom negócio e se sair algo melhor pelo governo volte (ao banco) e ajustamos”, disse Aguiar, referindo-se à negociação das dívidas.

Aguiar prevê que “o Plano Safra vai ser normal, não vai ter nada especial específico para o Rio Grande do Sul”.

Primeiro dia

A abertura dos portões da Agrishow foi marcada por pancadas de chuvas e temperaturas amenas. O trânsito no acesso ao parque do evento apresentou a lentidão esperada, sendo necessários 40 minutos para realizar um percurso de 20 quilômetros, desde o município limítrofe de Sertãozinho, por exemplo.

“A chuva atrapalhou um pouco, mas está incrível como as outras edições”, afirmou Renata De Paula, que visita a Agrishow pela terceira vez com a intenção de pesquisar sobre financiamentos.

Renata é proprietária de uma empresa de revenda agrícola e outra de crédito rural, em Guararema (SP), distante cerca de 370 quilômetros de Ribeirão Preto. Representante de vendas de parafusos, Mauro Sérgio de Souza também aprovou a Agrishow 2025.

“É a melhor, até o momento, em tudo, estilo, infraestrutura. Tem bastante novidade”, disse Souza, explicando que muitos de seus clientes estão expondo máquinas no evento.

“Nós fabricamos parafusos e cabos de aços em Santa Catarina e São Paulo”, disse.

A Agrishow, considerada uma das mais importantes vitrines tecnológicas do agro latino-americano, tem encerramento previsto para a próxima sexta-feira, 2.

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