Conab anuncia nova rodada de leilões
Pregões promovidos na semana passada resultaram no fechamento de apenas 4% dos contratos previstos

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza, na próxima sexta-feira, 13, uma nova rodada de leilões para Contrato de Opção de Venda Público de arroz. A estatal dispõe de cerca de R$ 1 bilhão para compra de até 500 mil toneladas de arroz longo fino em casca, tipos 1 e 2 da safra 2024/25, por meio de 17.760 contratos de 27 toneladas cada. Além do Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção nacional, a oferta será para os estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Tocantins.
A Conab promoverá seis operações de acordo com os avisos de leilão. Os três primeiros serão destinados exclusivamente para a agricultura familiar, produtores rurais e cooperativas que possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf ou Cadastro Nacional da Agricultura Familiar. Os demais serão abertos a todos os produtores rurais e cooperativas, inclusive agricultores familiares.
Baixa adesão
Uma primeira rodada de pregões ocorreu na semana passada, mas resultou na formalização de apenas 756 contratos (566 no Rio Grande do Sul, 170 no Mato Grosso e 20 em Tocantins). A baixa adesão pode ser explicada pelos preços oferecidos pelo governo federal. O tema foi abordado pelo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 10.
“Penso que o governo fez um movimento desnecessário em lançar contratos de opção com sinalização muito baixa de preço, o que traz uma expectativa de preços abaixo do custo de produção”, disse Alexandre Velho.
Hoje, o custo do arroz irrigado varia entre R$ 90 e R$ 100 a saca, conforme a região. O preço sugerido pelo governo, para contratos com vencimento em agosto de 2025, fica em torno de R$ 87, de acordo com Velho. Com antecipação para março, o valor baixaria para cerca de R$ 80
“O Rio Grande do Sul dificilmente teria interesse em participar dos contratos de opção, porque o preço sinalizado pelo governo fica abaixo do custo de produção total. Em plena entressafra, o primeiro leilão já mostrou um resultado de 4% vendido”, comentou o presidente da Federarroz.
Velho teme que o pagamento oferecido pela União possa trazer, inclusive, um desestímulo ao setor, que vem recuperando uma área que foi perdida.
“Lembrando que já plantamos mais de 1,1 milhão de hectares no Rio Grande do Sul e chegamos a 840 mil hectares há dois anos. Essa leve recuperação, com este movimento de preços baixos e falta de rentabilidade do setor, pode novamente trazer um desestímulo a toda a cadeia do arroz”, afirmou Velho.