Custo da alimentação na Expointer surpreende visitantes, mas não intimida o consumo

Custo da alimentação na Expointer surpreende visitantes, mas não intimida o consumo

Comerciantes admitem que o valor de lanches e refeições no interior do Parque de Exposições Assis Brasil obedecem a lei da oferta e da procura

Felipe Faleiro

Kevin Bruce, crepeiro no setor de máquinas, diz que público costuma aceitar os preços, por entender que a Expointer é um grande evento

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O preço da alimentação tem sido um item que chama a atenção dos visitantes da 45ª Expointer. Não é difícil circular pelo Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, e se deparar, por exemplo, com um pastel por R$ 20,00, um xis salada por R$ 25,00, uma garrafa de água por R$ 9 ou um almoço por mais de R$ 60, dependendo do tipo considerado. No lado de fora do parque, os valores dos itens estão em patamares mais baixos.

Afora o impacto da inflação sobre a alimentação em geral nos últimos dois anos, os vendedores e proprietários dos restaurantes e locais de alimentação dentro da Expointer afirmam que os preços da comida se ajustam conforme a demanda. Mas os comerciantes dizem que um local não cobra muito menos do que o outro para não concentrar demais o público. Já as bebidas, segundo eles, geralmente chegam com preço previamente tabelado a partir de uma distribuidora de Sapucaia do Sul. A administração do parque afirma que não tem gerência sobre os preços das vendas, portanto não tem condições de falar a respeito dos valores acima da média do mercado.

Entre o atendimento de um pedido e outro, o presidente do Lions Clube Esteio Exposição, Gilmar Uliana, conta que o clube de serviço está há 29 anos na Expointer. Além deles, há outros dois Lions e ainda uma representação do Rotary Club comercializando lanches na feira. De acordo com Uliana, o movimento nos quiosques neste ano está surpreendendo. “No sábado e no domingo, foi acima do que esperávamos. Quanto ao preço, não visamos o lucro. Todo o valor arrecadado aqui vai para ações sociais, como aquisição de cadeiras de rodas e exames de acuidade visual”, defende. Em 2019, por exemplo, o Lions repassou ao Hospital São Camilo, mantido pela Prefeitura de Esteio, um conjunto de pinças para serem usadas em procedimentos cirúrgicos. Na época, metade dos R$ 20,2 mil totais veio do lucro da venda dos lanches e bebidas durante a última Expointer antes da pandemia.

Consumidor diz que é preciso "aceitar o preço"

O agricultor Itamar Prodorutti, e a namorada, a professora e também agricultora Aline Rodrigues, moradores de Agudo, haviam chegado próximo do almoço no parque e aguardavam um pedido. “A gente precisa aceitar o preço que é cobrado, se não, fica com fome”, justifica ele. 

O crepeiro Kevin Bruce, vendedor em uma barraca próxima ao segmento de máquinas agrícolas da feira, conta que o preço geralmente não costuma causar intimidação na hora da compra. “É um evento importante, muito grande, e as pessoas acabam consumindo por aqui mesmo”, diz. O agricultor Watson Valentim adquiriu um crepe na banca de Bruce, na hora. “Está mesmo bem caro. Mas não é somente aqui assim, é em todo o parque”, comenta.

 


Correio do Povo
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