Negociações para vender lã com valor agregado

Negociações para vender lã com valor agregado

Elizabeth Lemos, produtora de ovinos da raça Corriedale e vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), disse que o bom momento tem contemplado os criadores de animais de lã fina

Taís Teixeira

“Antes, a venda de lã custeava todas as despesas da propriedade”, recordou Elizabeth, que anunciou negociações com o Uruguai para melhorar o comércio do segmento

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A vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) e coordenadora do Comissão de Ovinos da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Elizabeth Amaral Lemos, comemorou a apresentação neste ano do Programa de Certificação de Lã Gaúcha. A iniciativa tem por objetivo conscientizar os produtores a investirem melhor na qualidade da lã para acessar novos mercados, inclusive o mercado interno. “Hoje vendemos a lã suja, em um estado em que ela perde valor”, afirma Elizabeth.

A dirigente observa que manteve reunião com indústrias do Uruguai durante a Expointer para vender essa lã com maior valor agregado (limpa e penteada) e que houve interesse. As negociações devem evoluir, mas ainda não há uma previsão, já que preferem comprar a lã suja, por ser mais barata. Segundo Elizabeth, uma das formas de mudar esse sistema é introduzir a esquila Tally Hi, tipo de tosa que proporciona melhor retirada da lã e também está de acordo com os requisitos do bem-estar animal.

Criadora da raça Corriedale há 52 anos, que produz lã média, ela recorda que viveu o “bom tempo” da lã. “Antes, a venda custeava todas as despesas da propriedade”, recorda. Agora, acrescenta, ao contrário do bom momento de produtores que vendem lãs finas, os que comercializam lãs médias e grossas, estão com o mercado estagnado.

 


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