Variedade de morango brasileira pode ser degustada em primeira mão na Expointer

Variedade de morango brasileira pode ser degustada em primeira mão na Expointer

Apelidada de Fênix, cultivar é resultado de retomada de pesquisas após 30 anos

Camila Pessôa

Cultivar pode ser conservada por mais tempo e transportada por longas distâncias, como explicou pesquisador

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Primeira cultivar de morango produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 30 anos, a Fênix chega à 46ª Expointer nesta tarde de quarta-feira (30). A fruta é crocante, grande, doce e suculenta, como podem conferir os visitantes que vierem experimentá-la às 16h30, no estande do Ministério da Agricultura e Pecuária, localizado no Pavilhão Internacional da feira. 

O lançamento oficial da cultivar ocorre no mesmo local e horário, na quinta-feira (31), mas a degustação de outros morangos cultivados no processo de melhoramento da Embrapa vem ocorrendo todos os dias, desde sábado. “É um morango com sabor de morango”, descreve o pesquisador da empresa Luis Eduardo Antunes. Esse sabor realçado deve-se ao fato de que a cultivar, com nome oficial de BRS DC25, é adaptada às terras brasileiras.

“A Fênix é uma cultivar de morango que marca a retomada da Embrapa no posicionamento de variedades de morangueiro no mercado brasileiro”, conta Antunes. A Embrapa não desenvolvia variedades brasileiras de morango desde a década de 1970 e esta é a primeira das cultivares que a empresa pretende lançar, todas com nomes que fazem homenagem a constelações.  

A ideia de voltar com o programa de melhoramento veio de uma necessidade de ter cultivares adaptadas ao Brasil. “O mercado brasileiro hoje é muito dependente de variedades que vêm dos Estados Unidos e de mudas produzidas na Patagônia”, explica Antunes. 

Além do apelo ao consumidor por seu sabor e textura, a Fênix também é mais resistente e pode ser conservada por mais tempo, o que oferece maior possibilidade de produtores de regiões gaúchas tradicionais nesse cultivo, como a Serra, enviarem sua produção para outros estados. 

Ao plantar uma variedade brasileira, o produtor também pode escolher a época em que vai plantar, pois não depende da plantação de mudas em outros países. “À medida que você tem viveiristas brasileiros, esses viveiristas podem oferecer as mudas nas épocas mais adequadas de plantio, que são ali final de março e início de abril”, comenta Antunes. Assim, o produtor pode ter retorno para os seus investimentos mais cedo.

A Embrapa já credencia nove viveiristas que vão disponibilizar mudas para a safra de 2024. Dessa forma, Antunes espera que a variedade já esteja disponível no mercado a partir de junho do ano que vem. O objetivo do programa é ter 5,6 milhões de plantas Fênix, o que equivale a 1,5% do mercado. 


Correio do Povo
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