Governo do Estado estuda medidas de socorro ao setor de proteína animal
Sugestões foram apresentadas pelas indústrias de aves, suínos, leite e carne ao governador Eduardo Leite
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O governo do Estado anunciou a criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar de ações emergenciais para socorrer o setor de proteína animal gaúcho. Frente à terceira estiagem seguida, que elevou brutalmente o custo do milho - principal ingrediente da nutrição animal -, e trouxe um cenário de grande escassez do grão, produtores e indústrias de suínos, aves, leite e carne também enfrentam dificuldades em concorrer com os produtos de outros estados.
Liderado pela Casa Civil, o GT deverá avaliar as propostas apresentadas ontem pelos segmentos ao governador Eduardo Leite, em Porto Alegre. Uma das principais reivindicações é a revisão do Fator de Ajuste de Fruição (FAF), percentual de desconto gradativo aplicado sobre os créditos presumidos concedidos pelo RS nas compras de insumos realizadas fora do Estado. “Precisamos entender o que é emergencial - em função da conjuntura - e quais são os ganhos estruturais necessários”, citou o governador.
O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) entregou ao governador um ofício com o relato das dificuldades enfrentadas pelo setor lácteo e as medidas necessárias para contorná-las. “Precisamos trabalhar na competitividade, e isso exige atuar em diferentes frentes no campo e na indústria, mas requer, também, atenção à questão tributária”, reforçou o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portella.
A pauta também é pertinente aos outros setores, que também abordaram questões relativas ao meio ambiente, à vigilância sanitária e à abertura de crédito. “Sugerimos abrir capital de giro para manter parcerias no campo e usar os animais alojados como garantia”, detalhou o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, referindo-se às instituições bancárias como Banrosul, BRDE e Badesul.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, alertou para a falta de competitividade da produção gaúcha de aves, já que, atualmente, 57% da carne de frango congelada comercializada no Estado é proveniente de outros estados. “Temos várias indústrias com problemas de receita, o que desestabiliza qualquer segmento”, reforça.
A previsão é que as entidades sejam convocadas para uma nova reunião com o governo do Estado em duas semanas.