Rural

Ministério da Agricultura propõe fundo para avalizar crédito rural ao RS

Proposta encaminhada à Casa Civil baseia-se nos moldes do Fundo Garantidor de Operações (FGO), criado na pandemia para assegurar empréstimos via Pronampe

Ministro apresentou prioridades da pasta da Agricultura
Ministro apresentou prioridades da pasta da Agricultura Foto : Renato Araújo / Câmara dos Deputados / CP

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) encaminhou à Casa Civil a proposta de criação de um fundo de aval para garantir as operações de crédito rural no Rio Grande do Sul após a tragédia climática que destruiu parte do Estado.

“Para o produtor ter acesso a crédito, neste momento, só tem uma solução, que é o fundo garantidor. Fizemos isso na pandemia e faremos agora na reconstrução do Rio Grande do Sul”, pontuou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nesta quarta-feira, em audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Conforme a Câmara dos Deputados, a proposta é que o fundo funcione nos moldes do Fundo Garantidor de Operações (FGO). A alternativa foi criada pelo governo durante a pandemia para avalizar empréstimos para micro e pequenas empresas no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). E, segundo Fávaro, se faz necessária devido ao momento de baixa liquidez dos produtores afetados pelas enchentes e de dificuldades de comprovação de garantia, em virtude de propriedades perdidas.

Na prática, o fundo deve garantir às instituições financeiras que, em casos de inadimplência e incapacidade de cumprimento dos empréstimos pelos produtores rurais, o governo arcaria com o pagamento das operações.

Leilões de arroz

Fávaro também defendeu as medidas adotadas pelo governo para manter a oferta e os preços do arroz no mercado nacional, mesmo após a suspensão do primeiro leilão para importação de arroz do Mercosul, que ocorreria na última terça-feira, dia 21.

“O Brasil produz praticamente o suficiente para consumir, mas o descasamento momentâneo dá margem à especulação, e quem vai ganhar não é o produtor rural, é o especulador. Precisamos combater isso”, ressaltou Fávaro.

Segundo ele, alguns fornecedores elevaram os preços em até 30% após o governo anunciar a compra de 100 mil toneladas para estoque. “Talvez tenham se arrependido, mas nós vamos conter essa especulação sem deixar de apoiar também os produtores”, disse Fávaro.

Plano Safra 2024/2025

Pouco mais de um mês antes de anunciar o Plano Safra 2024/2025, o comandante da Agricultura ainda mencionou que o governo deve repassar ao produtor a redução na taxa básica de juros, que era de 13,75% no ciclo anterior e está em torno de 10,5% ao ano atualmente. “Mas isso está relacionado às boas práticas que os produtores têm e precisam manter”, condicionou Fávaro.

O pacote de recursos está em negociação com a equipe econômica do governo e, de acordo com ele, envolve a ampliação de recursos para comercialização e seguros. “O Plano Safra 2024-2025, previsto para o mês que vem, está sendo estruturado para bater um novo recorde”, afirmou o ministro.