Preços baixos travam comercialização antecipada de soja

Preços baixos travam comercialização antecipada de soja

Supersafra dos EUA faz com que vendas sejam ainda menores que as de 2016

Correio do Povo

Índice é menor que o do país, de 13,4%, e mais baixo que a média dos últimos cinco anos, de 14,8%

publicidade

Preços baixos da soja travam a comercialização antecipada da próxima safra. Analistas de mercado afirmam que a venda no mercado futuro está mais lenta na comparação com os últimos anos. O consultor Flávio França Junior estima que apenas 7% da safra gaúcha que começa a ser plantada em outubro esteja vendida. O índice é menor que o do país, de 13,4%, e mais baixo que a média dos últimos cinco anos, de 14,8%. Para o corretor de commodities agrícolas Aníbal Bastos, a comercialização está na casa dos 10%, o que significa metade do que havia sido negociado antecipadamente nesta época do ano passado.

França Junior explica que a lentidão da comercialização é reflexo de “preços não empolgantes”, motivo que também atrasou a venda da commodity neste ano cerca de 30% da safra de soja 2016/2017 ainda está estocada. Bastos, por sua vez, diz que diante dos custos de produção, os produtores só se animam a fazer comercialização antecipada com preços acima dos R$ 72 por saca. Há um ano, os preços chegaram a bater em R$ 90.

Na terça-feira, a cotação na região de Cruz Alta estava na casa dos R$ 66. Na Bolsa de Chicago, na quarta-feira, o valor do bushel para março do ano que vem estava cotado em 9,85 dólares, equivalente a R$ 67,82 a saca. “Os produtores só estão fechando algum negócio se for vantajoso para trocar por insumo para implantação da lavoura”, observa Bastos. O presidente da Aprosoja/RS, Luis Fernando Fucks, diz que “a previsão de uma supersafra (decorrente da colheita nos Estados Unidos e do aumento da área no Brasil) continua pressionando os preços para baixo”.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895