RS lidera produção de suco de frutas

RS lidera produção de suco de frutas

De acordo com o Anuário de Bebidas Não Alcoólicas, publicado pelo Ministério da Agricultura, o Rio Grande do Sul tem o maior número de agroindústrias registradas no setor no país, chegando a 309 estabelecimentos

Poti Silveira Campos

Suco de uva do Rio Grande do Sul está na liderança da produção

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Impulsionado pela produção de bebidas não alcoólicas derivadas da uva, o Rio Grande do Sul é o Estado com maior número de agroindústrias elaboradoras de suco e polpa de fruta. Além do destaque entre as unidades federativas, quatro cidades gaúchas integram a lista de municípios com maior número de estabelecimentos no setor, ocupando inclusive o primeiro e o segundo lugar no ranking – Flores da Cunha e Bento Gonçalves, respectivamente. Caxias do Sul está na quinta colocação. Garibaldi, na oitava.

De acordo com o Anuário das Bebidas Não Alcoólicas 2024, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, dos 2.277 estabelecimentos produtores de suco e polpa de fruta registrados no país, 309 (13,57%) estão instalados no Rio Grande do Sul. A categoria contempla também a elaboração de água de coco, na qual o RS não tem nenhuma empresa registrada, de acordo com o anuário. Ceará, com 273 empreendimentos (11,98%) e São Paulo, com 217 (9,5%), são os Estados seguintes na lista.

Entre os municípios com maior número de estabelecimentos em todo o país, Flores da Cunha é a sede de 41 dessas empresas. Outras 29 estão instaladas em Bento Gonçalves. Ainda na Serra Gaúcha, Caxias do Sul reúne 27 agroindústrias na atividade, enquanto Garibaldi abriga 18. Bento Gonçalves lidera a produção de uva no país, seguido por Flores da Cunha e Caxias do Sul, com Garibaldi em sexta colocação nesse quesito.

Lançado em primeira edição em meados de setembro, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas, o anuário considera dados coletados em 2023. As estatísticas abordam o registro de estabelecimentos e fábricas, de produtos e variações de marcas, números referentes a exportações e importações, detalhes sobre a geração de empregos do setor de bebidas não alcoólicas e, por fim, informações sobre a declaração anual de produção e estoques.

O levantamento não apresenta números relacionados ao volume de produção nem especifica a fruta utilizada como base da preparação. “O Ministério da Agricultura e Pecuária informa que o banco de dados sob a responsabilidade do Mapa contém informações protegidas por lei, as quais impossibilita sua disponibilização para acesso público neste momento”, respondeu a assessoria de comunicação da pasta ao ser questionada sobre o tema.

O presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado (Consevitis-RS), Luciano Rebellatto, tem certeza de que a fruta que assegura o desempenho gaúcho é a uva. “Deve ser em função do suco de uva, sim. Não há nenhuma outra fruta que seja tão expressiva na questão da polpa e do suco”, afirma. Rebellatto salienta, no entanto, que “também temos algumas empresas que processam laranja, maçã e outras frutas”.

Uma das empresas citadas por Rebellatto é a Tecnovin do Brasil, com sede em Bento Gonçalves. A Tecnovin absorve 20% da safra de uva do Rio Grande do Sul para produção de suco. Além da uva, a Tecnovin processa maçã, laranja, limão, acerola e abacaxi.

De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), o Rio Grande do Sul produziu 66,3 milhões de litros de suco de uva em 2024, sendo 64,2 milhões (96,8%) de litros de suco de uva tinto integral. Também foram elaborados 16 milhões de litros de suco de uva concentrado, mais 1,3 milhão de litros de polpa de uva, além de 480 mil litros de suco de uva orgânico. Conforme Rebellatto, o Estado responde por cerca de 80% da produção desses derivados da fruta no Brasil.

Sucos | Foto:

Correio do Povo
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