Sem reivindicações, Fenasul/Expoleite é lançada em Porto Alegre
Feira em maio pretende bater recorde mundial de preparo de carreteiro e de linguiça

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Diferentemente do que ocorreu no evento do ano passado, o lançamento da 18ª Fenasul/45ª Expoleite, nesta segunda-feira, 14, na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em Porto Alegre, foi caracterizada pela falta de queixas de agropecuaristas.
Em abril de 2024, o setor leiteiro aproveitou o encontro para reivindicar ao governo medidas protetivas à produção do alimento, principalmente diante da concorrência com importações do Mercosul. No ato de agora, as manifestações “mais pesadas”, como definiu o recém-empossado titular da Seapi, Edivilson Brum, foram as referências à panela de oito toneladas na qual os organizadores da feira pretendem preparar o maior carreteiro do mundo.
Dez toneladas
Com ingredientes somando 10 toneladas, o carreteiro deverá ser suficiente para servir 20 mil pessoas, um quinto do público que compareceu à Fenasul/Expoleite em 2023 – a edição de 2024 terminou cancelada em razão da enchente iniciada no final daquele mês de abril. Está previsto o uso de quatro retroescavadeiras para o preparo da iguaria.
Além de tentar o registro no livro dos recordes, o Guinness, com a tradicional receita da culinária gaúcha, haverá a intenção de registro da maior linguiça do planeta, com 150 metros, que será assada durante a realização do 2º Campeonato Pan-Americano de Assadores Ancestrais, uma novidade na edição de 2025 da Fenasul/Expoleite.
Data é patrimônio
Nos discursos, o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, e outros, como Brum e o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Domingos Lopes Velho, enfatizaram que a Fenasul/Expoleite tem “data e local definidos”. Tang repetiu a afirmação pelo menos três vezes. Velho assegurou que “data é patrimônio”. As declarações provocaram dúvida em boa parte dos presentes sobre qual seria a necessidade de confirmar algo anunciado desde a última edição da Expointer, em agosto de 2024.
Depois dos pronunciamentos formais, Tang explicou ter recebido proposta de realizar a Fenasul/Expoleite simultaneamente com outro evento. Tang não considerou a sugestão ofensiva, mas se sentiu desrespeitado ao ser questionado se manteria a previsão de ocorrência da Fenasul/Expoleite entre os dias 14 e 18 de maio, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme Tang, o período do outono que propicia maior possibilidade de negócios.
“No outono, é melhor fazer negócios com gado de leite. É a época na qual as novilhas estão parindo, com melhores perspectivas de pastagens, inclusive”, esclareceu o presidente da Gadolando.
Prosa de porco
Questionada sobre a ausência de reivindicações e críticas, Tang respondeu que “estamos ouvindo muita prosa de porco, com muito grito e pouca lã”, disse, desculpando-se pela expressão “tosca”. O dirigente referia-se às demandas de agropecuaristas gaúchos, junto ao governo federal, em razão de endividamento e a falta de soluções para o problema.
“Poderíamos ter falado da securitização. Não somos alheios a isso. Começamos a identificar quem está num caminho, quem quer ajudar e também está de mãos atadas. O produtor vive momentos difíceis”, reconheceu Tang, salientando a necessidade de “não ficar só na reclamação. Isso é chato”.
Expectativa e promotores
A expectativa dos organizadores é que a Fenasul/Gadolando supere o público de 2023, reunindo cerca de 20 expositores e mais de uma centena de animais inscritos. O evento reúne produtores rurais, empresas, entidades e lideranças do agro, além de contar com exposição de animais – que inclui desde bovinos e equinos a abelhas sem ferrão – e realização de concurso leiteiro, avaliação morfológica, seminários e eventos técnicos.
A promoção é da Gadolando e Seapi, com co-promoção da Prefeitura Municipal de Esteio, Farsul, Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fetag).