South Summit e o tema “resiliência”: o que passou e o que fica do evento

South Summit e o tema “resiliência”: o que passou e o que fica do evento

Lu Brito compartilha como a vivência supera as expectativas, promovendo conexões reais e impulsionando ideias para um futuro mais colaborativo

Lu Brito
Evento se reafirmou como um dos principais centros de inovação e cooperação

Evento se reafirmou como um dos principais centros de inovação e cooperação

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O South Summit passou por Porto Alegre em sua 4ª edição entre os dias 9 e 11 de abril. Mas antes de falar sobre a minha experiência, vou trazer alguns pontos importantes do evento.

O espaço reuniu pessoas do Rio Grande do Sul com suas dores, histórias e vivências, mas também trouxe convidados de fora para conversas e possibilidades em relação a soluções, principalmente dentro do cenário que vivenciamos há quase um ano.

Durante os três dias, 23 mil pessoas de 62 países passaram pelo Cais Mauá. Do total de público, 45% eram de fora do estado. O South Summit Brazil 2025 contou com 900 investidores presentes e 140 fundos de investimento, além de receber mais de 3 mil startups e 800 palestrantes.

Os eventos de inovação desempenham um papel fundamental no ecossistema empresarial, acadêmico e social. Eles promovem o compartilhamento de conhecimento, o desenvolvimento de novas ideias e incentivam a colaboração entre diferentes setores e pessoas, desde grandes empresários até jovens, startups e empreendedores.

Além disso, é de extrema importância citar a inclusão e igualdade, garantindo que pessoas de diferentes origens, identidades, culturas, gêneros e orientações sejam representados de forma justa através de suas comunidades. Isso é inovação.

👥 Conexões

O South Summit é um evento muito grande, composto por conteúdos, feira de empreendedores, rodas de conversa e palestrantes que são distribuídos pelos Cais, além dos barcos, que também dispõem de conteúdos e dinâmicas de networking.

Um ponto alto que eu destaco é a possibilidade de agendar pelo aplicativo com as pessoas que queremos conhecer e conectar durante o evento. É possível marcar reuniões, acessar o LinkedIn, entre outras redes, o que facilita e muito no momento de procurar as pessoas certas, como sempre falamos por aqui como uma ótima estratégia.

💻 Empreendedorismo

O primeiro dia do evento é sempre de muitas descobertas e foco. Começo contando que meu dia foi no Marketplace, acompanhando os empreendedores TOP 10 da Expo Favela 2024 organizados no estande da Central Única das Favelas (Cufa RS).

Foi um privilégio conhecer e ver de perto a dedicação dos empreendedores para que o negócio seja visto e tenha conexão com possíveis investidores. São horas apresentando seu pitch de negócios incansavelmente. Fiquei feliz demais em ver tantas mulheres à frente nos estandes falando dos seus negócios. Fiz questão de visitar cada uma.

📝 Painéis e conteúdos

Claro que o evento é um grande ponto de encontro de muitas comunidades, e a Odabá estava presente. Essa associação visa promover a ascensão econômica do povo negro através do afroempreendedorismo como um eixo, um ponto de encontro seguro dos associados que estavam por lá circulando.

A presidente da entidade, Kenia Aquino, participou de um painel muito importante, falando sobre resiliência através da colaboração. A atividade foi composta pelo Instituto Helda Gerdau, Federasul e Estímulo Fundo de Investimento, que mobilizou diferentes setores para levar crédito fácil aos pequenos empreendedores e reativar o desenvolvimento socioeconômico do estado.

Sobre pessoas que me inspiram, não podia deixar de falar sobre o painel da Monique Evelle, que também foi muito importante. Uma palestra inspiradora sobre como o empreendedorismo pode transformar a sociedade, impulsionando a inovação, a inclusão e o desenvolvimento sustentável.

Compartilhando experiências e estratégias, Monique Evelle e Tarciana Medeiros falaram sobre o apoio a pequenos empreendedores, o acesso à capital e o impacto social e econômico de novos negócios, mostrando como é possível criar valor em todas as etapas da jornada empreendedora.

Claro que não poderia faltar o tema Inteligência Artificial. Com um painel sobre democratização, diversidade e crescimento na América Latina, com ninguém menos que a empresária Luiza Helena Trajano, a sócia e fundadora do Innova Capital, Verônica Serra, e a vice-presidente da Amazon Web Services, Paula Bellizia.

Entre os pontos trazidos, destaco esse: quando aplicada estrategicamente, a IA impulsiona a produtividade, acelera o empreendedorismo e possibilita soluções locais para desafios regionais, como sustentabilidade, inclusão social e acessibilidade.

Trazendo uma visão sobre o todo, vivenciar os três dias é único. Sou apaixonada por esse formato de evento e acredito no fomento, na criatividade e no pensamento fora da caixa. Esse formato facilita o networking - aquele olho no olho que faz toda a diferença, acelera o desenvolvimento dos projetos, ajuda na atualização sobre tendências e tecnologias, inspira e motiva quem circula pelo evento.

Ao longo destes dias intensos, o South Summit provou mais uma vez o motivo de ser um dos eventos de referência no ecossistema e para a cidade. Outro ponto alto é o quanto girou a economia, falando de bares, restaurantes, rede hoteleira, aeroporto e o comércio.

Antes mesmo de iniciar o South Summit, os hotéis em Porto Alegre já registravam reservas, sendo a maioria deles já com 70% de ocupação. Durante os três dias, a média de ocupação da rede hoteleira ficou em 90%, segundo o Sindha, acima da média mensal de Porto Alegre.

Finalizo reforçando que a cidade vai sentir falta desse agito, um ecossistema de ideias ousadas, tudo em um ambiente onde colaboração e inspiração andam de mãos dadas. Mais do que uma feira de startups e tecnologia, foi um espaço onde falamos de resiliência, nos abraçamos e nos perguntamos como conseguimos estar ali em menos de um ano sorrindo, de pé e ativos, debatendo em pequenos grupos a real situação econômica do estado e os grandes desafios que ficam.

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O balanço é claro: o South Summit não é apenas um evento, é um catalisador de grupos e pessoas. Agora, é entender o que cada um faz com essa conexão, os debates que ficam e a transformação que nossa cidade, de fato, precisa na prática.

Que venham os próximos! E já tem a data oficial, anota aí: a 5ª edição será nos dias 25, 26 e 27 de março de 2026.

Me conta: se você esteve no evento, qual foi a sua percepção? Boa semana!


Lu Brito é mãe, empreendedora há mais de nove anos e CEO do espaço kids Gurizada Faceira. Atua como gestora de projetos e comunidade no ecossistema de inovação, gestora de projetos na B2Mamy e mentora de startups. Também é líder de inovação e articulação na Odabá - Associação de Afroempreendedores do RS.


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