Eduardo Leite cobra apoio federal para reverter embargos ao frango do RS

Eduardo Leite cobra apoio federal para reverter embargos ao frango do RS

Pedido foi realizado diretamente ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante a abertura do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), em São Paulo

Thaise Teixeira

Cerimônia contou com a presença de ministros, parlamentares e lideranças empresariais

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O governador Eduardo Leite solicitou apoio do governo federal para o fim dos embargos internacionais ainda vigentes às exportações de frango do Rio Grande do Sul. O pedido ocorreu durante a cerimônia de abertura do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS) 2024, em São Paulo. E ocorre após onze dias do encerramento oficial do foco de Newcastle, detectado em um plantel comercial de Anta Gorda, em julho.

"Reivindicamos a reversão dos embargos, temos sanidade garantida, tanto pelos serviços realizados pelo Estado, que trabalhou em sintonia com o governo federal e com o setor privado, como pelo Fundesa”, argumentou Leite.

O pleito, direcionado ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também pauta a participação da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) no evento, que ocorrerá até quinta-feira, 8, no Distrito Anhembi, na capital paulista. Segundo o presidente da entidade, José Eduardo dos Santos, as restrições ainda são mantidas por países como China, Arábia Saudita, África do Sul e Cuba, dentre outros.

Setor celebra regulamentação do autocontrole

A publicação do decreto nº 12.126, que dispõe os programas de autocontrole de inspeção e fiscalização sanitária nos setores de produção de origem animal, também foi destaque na cerimônia. A medida, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 1º de agosto, também regula o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária.

Com isso, a garantia sobre a qualidade e a sanidade de insumos agropecuários, alimentos e produtos de origem animal ou vegetal passa ser compartilhada entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e as indústrias.

“Avançamos muito com o decreto do autocontrole, mas precisamos avançar ainda mais, com pessoas qualificadas para dar transparência e garantir a segurança alimentar a um mundo que ruma para 10 bilhões de pessoas”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

O tema permeou ainda a participação de Fávaro e da senadora Tereza Cristina (PP-MS), chefe da pasta quando o respectivo projeto de lei fora aprovado no Congresso.

“A autorregulamentação foi uma grande luta até aqui, mas precisamos de gente que enxergue o que tem de ser feito para desburocratizar o setor agropecuário brasileiro”, destacou a senadora.

Adesão aos programas será voluntária

A adesão das empresas aos programas de autocontrole, no entanto, será voluntária. O estabelecimento que se propuser a chancelar a inocuidade, identidade, qualidade e segurança dos próprios produtos terá de compartilhar, em tempo real, dados operacionais e de qualidade com a fiscalização agropecuária federal. Como contrapartida, terá benefícios e incentivos.

As normas complementares e os requisitos específicos para o desenvolvimento dos programas de autocontrole em cada setor ainda serão estabelecidos pelo Mapa, com base em avaliações de risco, assim como os procedimentos e periodicidade para verificação oficial.

SIAVS vai até quinta-feira

Pela primeira vez, o SIAVS reúne todas as cadeias de produção animal do país. A partir deste ano, o encontro congrega, além dos setores avícola e suinícola, os produtores de carne bovina, leite, ovinos e peixes.

“Hoje, o SIAVS é o ponto de encontro brasileiro e mundial da proteína animal, com cadeias que geram R$ 350 bilhões e pagam mais de R$ 40 bilhões em impostos por ano ao Brasil. Só nas duas últimas décadas, as cadeias geraram mais de R$ 1,5 trilhão em receita cambial ao país, com com mais de 10 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos”, lembrou Santin.

Organizado pela ABPA, o evento conta com palestras, seminários, discussões e exposições de empresas e cooperativas. A entrada é gratuita.


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