Ministério da Agricultura está atento à qualidade do café torrado

Ministério da Agricultura está atento à qualidade do café torrado

Em apresentação da pasta na Expointer 2023, técnicos explicaram aos visitantes como são feitas as análises de aroma e sabor da bebida consumida em larga escala pelos brasileiros

Patrícia Feiten

Laboratório faz detecção de impurezas no café torrado, como folhas e outros resíduos

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Os novos padrões de classificação do café torrado e o trabalho dos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDAs) para garantir a qualidade do produto oferecido ao consumidor foram tema de uma apresentação no estande do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na Expointer, em Esteio. No evento, o auditor fiscal federal agropecuário Marcos Vinícios de Souza e o agente de atividades agropecuárias do Mapa no Estado Lucas Karlinski, que atua no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sipov), destacaram a importância da Portaria 570, que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano. 

A legislação trouxe as regras estabelecidas pelo Mapa para a classificação e rotulagem do café e, com base nesses novos critérios, permite à fiscalização controlar a qualidade, as condições sanitárias e a identidade dos produtos oferecidos no mercado. “Essa portaria tem como foco principal a saúde do consumidor. Ela vai definir, por exemplo, o que são impurezas, produtos que fazem parte do café, como um talo ou uma folha, mas que não deveriam estar ali com as boas práticas de fabricação. E também os elementos estranhos, substâncias que foram adicionadas de forma intencional e têm a ver com fraude”, disse Karlinski, que em sua explanação exibiu imagens de amostras de café fora das normas flagradas em fiscalizações do Mapa.

Na apresentação, os especialistas também explicaram os aspectos avaliados nas análises sensoriais de café torrado realizadas pelos LFDAs. São eles fragrância do pó, aroma, sabor, amargor, acidez, adstringência, corpo, sabor residual e qualidade global da bebida. “O aroma da bebida (fora do padrão) pode ser desagradável, estranho ao produto. A acidez, sendo baixa, é agradável. O amargor está presente no café pela torra, mas (se elevado) pode ser desagradável”, exemplificou Souza.

A superintendente do Mapa no Rio Grande do Sul, Helena Rugeri, destacou que as equipes do órgão já iniciaram a fiscalização do café torrado nos principais centros do país e também trabalha fortemente para a revisão do padrão de classificação do café beneficiado grão cru. “Também estamos trabalhando com o setor produtivo para desenvolver um método de análise sensorial do café, que ainda não temos, como no caso do azeite e dos vinhos”, disse Helena.


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