As realidades, sobretudo os desafios, e as perspectivas da cadeia do leite gaúcho e brasileiro estão sendo discutidas em palestras e debates na primeira edição do Milk Summit Brazil 2025, que ocorre durante a feira Expofest, em Ijuí. O encontro, que começou na manhã de terça-feira, 14, e se estende durante esta quarta, reúne especialistas e lideranças institucionais, acadêmicas e empresariais em torno do tema No primeiro dia o evento teve a atenção 750 pessoas de forma presencial, além de audiência na transmissão no YouTube.
O Milk Summit ocorre justamente na região maior produtora de leite do Rio Grande do Sul. A região Noroeste é responsável pela produção de aproximadamente 2,44 bilhões de litros de leite por ano, geradas por 150 mil vacas, o que naturalmente não envolve apenas os criadores, mas toda uma estrutura industrial.
“O evento é um espaço do diálogo e da construção do leite no Rio Grande do Sul”, destacou, na abertura, Darlan Palharini, coordenador do Milk Summit Brazil e secretário-executivo do Sindilat/RS.
Entre os palestrantes, o secretário da Agricultura, Edivilson Brum, enfatizou os números que a cadeia leiteira movimenta no Estado: são 29 mil produtores que geram mais de 4 bilhões de litros por ano, com a criação de 62 mil empregos diretos. Apesar de quase 50 mil produtores terem abandonado a atividade nos últimos dez anos, a produção de leite se manteve estável, com aumento da produtividade.O Estado, que vende produtos lácteos a 45 países, tem no gado de leite o quinto maior PIB entre os setores agrícolas, com a movimentação de R$ 9,5 bilhões por ano – 2,81% do PIB total do Rio Grande do Sul.
“A pecuária de leite é a atividade que mais fixa o jovem no campo”, acrescentou o secretário.
O pesquisador da Embrapa Gado de Leite Glauco Carvalho fez um balanço do leite em nível nacional, mencionando a necessidade do Brasil tornar mais expressiva a exportação, hoje em apenas 7% da produção. Carvalho ressaltou o pouco crescimento da produção nacional recentemente, que estava em 30 bilhões de litros em 2024 e chegou a apenas 35 bilhões de litros em 2024, com projeção de 40 bilhões de litros até 2030. Ele mostrou números que ilustram a importância do produtor buscar a redução de custos de produção.
“O que faz a diferença para ganhar dinheiro é o custo”, alerta.
O professor e pesquisador da Universidade de Passo Fundo (UPF) Carlos Bondan relatou uma pesquisa em andamento com a ferramenta da inteligência artificial que vai realizar uma ampla interpretação e análise da produção leiteira. “Projetaremos indicadores para a gestão eficiente de produção, industrialização e consumo de lácteos”, resumiu.