Além dos tradicionais sabores e aromas, as feiras de agricultura familiar têm um ingrediente extra que explica o seu sucesso onde quer que ocorram: o acolhimento dos produtores. Tudo isso, o consumidor de Porto Alegre vai encontrar desta segunda-feira até o próximo sábado, dia 8, na 3ª Feira de Agricultura Familiar (Agrifam) da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), no Largo Glênio Peres, ao lado do Mercado Público, no Centro Histórico. Uma centena de produtores, 30 deles participando pela primeira vez, de 60 municípios, oferecem produtos como cucas, biscoitos, queijos variados, sucos, vinhos coloniais, embutidos, erva-mate, artigos de cutelaria e flores.
Na abertura do evento, na manhã desta segunda-feira, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva elogiou as agroindústrias e os agricultores que de forma geral seguem enfrentando o endividamento. Joel destacou a importância de acontecimentos como a Agrifam, que apresentam os produtos coloniais aos consumidores urbanos e conseguem fidelizar clientes para o resto do ano. Em 2024, o resultado das vendas de 90 expositores atingiu R$1,7 milhão, o que se espera seja ultrapassado neste ano. O dirigente da federação agradeceu especialmente ao secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, pelo empenho de recursos na montagem do pavilhão e outras despesas da feira.
O pavilhão que abriga os 100 expositores e por onde devem passar milhares de gaúchos ao longo desta semana, veio cheio de novidades, com corredores mais espaçosos e um piso confortável ao caminhar. Alegria estampada no rosto era a da produtora de doce de leite da marca Estrelat, do município de Estrela. Eliana Beatriz de Oliveira toca com o marido, Roberto, a propriedade que produz cerca de 3 mil litros de leite, em Estrela. É a terceira vez da família no evento, para comercializar o doce premiado e agora o licor de doce de leite, que a empreendedora acredita vai chamar bastante a atenção. Este ano, também, Eliana comercializa seus produtos em embalagens com uma vaquinha confeccionada na técnica de tricô e crochê conhecida como amigorumi. "Estamos muito animados com a feira", disse ela.
Eliana vende doce de leite premiado, acompanhado de uma simpática vaquinha em técnica amigorumi
| Foto: Nereida Vergara/Especial/CP
Vindo de Roca Sales, um dos municípios gaúchos mais atingidos pelas enchentes de 2024, Sandro Kapller, da Agroindústria Irmãos Kapller, trouxe pela segunda vez à feira de Porto Alegre as geleias de frutas produzidas pela família. Segundo ele, embora o empreendimento não tenha sofrido diretamente com as chuvas do ano passado, indiretamente, os prejuízos foram sentidos. "Foi muito difícil, nós paramos de vender e só começamos a nos recuperar no final do ano passado, quando aqui, em Porto Alegre, faturamos R$ 20 mil", comentou. Para este ano, Kapler espera superar este valor.
A feira fica aberta até o próximo sábado, das 8h às 19h, tendo como apoiadores e patrocinadores, além da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado (SDR), Emater/RS-Ascar, Banrisul, Sicredi, Sicoob, Banco do Brasil, Prefeitura de Porto Alegre,e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e Programa Alimento no Prato.
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