Setor avícola avalia retomada de exportações após fim do episódio da doença de Newcastle
Países compradores podem aceitar comunicado brasileiro ou optar por fazer auditorias próprias
publicidade
Com o comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre o encerramento do evento sanitário da Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, o setor avícola tem expectativa para a retomada das exportações e a retirada de embargos de países compradores. O presidente executivo da Organização Avícola RS (Asgav/Sipargs), José Eduardo dos Santos, avalia que alguns países podem aceitar o comunicado oficial OMSA, enquanto outros podem preferir por fazer auditoria própria na região do foco, em Anta Gorda, no Vale do Taquari.
Conforme Santos, ainda há embargos de nações como China, Chile, África do Sul, Argentina e México. “Os países podem optar por aceitar a documentação encaminhada à OMSA e retomarem automaticamente as importações do Brasil ou podem querer vir fazer uma auditoria no Rio Grande do Sul”, afirma. No caso de interesse por auditoria própria, o setor precisará aguardar o procedimento e resultados. Santos tem informação de que apenas o Chile vai adotar o procedimento de auditoria própria.
Autoembargos
O encerramento do foco foi formalizado em 25 de julho para a OMSA, que determina prazo oficial de 90 dias para considerar o encerramento do evento sanitário como um todo. O Mapa já apresentou autodeclaração para a recuperação do status de país livre da doença. “Agora, não há mais restrição da OMSA para comercialização entre os países, o Brasil então deve retirar os autoembargos e os entes privados da cadeia passam a retomar as negociações para exportação do produto. Não há mais nenhum bloqueio oficial”, afirma o diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Francisco Lopes.
O setor avícola busca recuperar mercado externo. Santos disse que já houve alta nas exportações gaúchas em setembro, porque muitas empresas redirecionaram a produção para outros mercados. “Houve para alguns países a restrição no raio de 10 quilômetros do foco, então isso livrou muitas empresas para exportarem. Agora temos que atender esses procedimentos finais e retomar com força as exportações”, afirma.
Perspectivas
As perspectivas para o desempenho este ano indicam possível recuo. “Projetávamos que teríamos a exportação crescendo em torno de 3% no Rio Grande do Sul. Mas com o advento da enchente e mais o da Newcastle, pode ser que a gente tenha ou estabilidade com o ano passado ou um pequeno recuo”, analisa. De acordo com o presidente da Organização Avícola RS, a possibilidade de aumento dos embarques só deve se concretizar com forte aceleração das vendas nos meses de outubro, novembro e dezembro.
O foco da doença de Newcastle foi confirmado em 17 de julho, em uma granja comercial de corte de Anta Gorda. No mesmo dia, foi decretado estado de emergência fitossanitária para a doença e aplicados os procedimentos estabelecidos no Plano de Contingência de Influenza Aviária e Doença de Newcastle (DNC).