Setor avícola gaúcho deverá sofrer novo corte nos abates
Queda indicada pelo IBGE no primeiro trimestre poderá ser ainda maior no fechamento entre abril e junho
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Depois de sofrer uma queda de 14,55% no abate inspecionado de frangos no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, o setor avícola gaúcho deverá registrar nova queda na atividade, no encerramento do segundo trimestre. A previsão é do presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, ao avaliar dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre janeiro e março, na avaliação de Santos, a retração das empresas ocorreu em razão da situação econômica do país, da possibilidade corte de incentivos fiscais sugerido pelo governador Eduardo Leite e do custo de produção mais alto no Rio Grande do Sul em relação a Santa Catarina e Paraná, Estados que também se destacam no segmento. Agora, a provável baixa na atividade relaciona-se a estragos provocados pelas chuvas e enchentes em propriedades produtoras, frigoríficos e indústrias.
“Esse conjunto de fatores fez com que o setor desacelerasse a produção. Provavelmente teremos um impacto de produção ainda mais expressivo nos meses de abril e maio, quando sofremos os efeitos da catástrofe climática”, disse José Eduardo dos Santos.
De acordo com levantamento da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, que inclui, além da Associação, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas, o prejuízo total do setor em razão do fenômeno climático chega a R$ 247,2 milhões. O valor corresponde à perda de mais de 3,6 milhões de aves, além ovos e estruturas. O relatório aponta a destruição parcial ou total de 20 aviários, fábricas de rações inundadas, máquinas e equipamentos arruinados em indústrias de processamento de alimentos e paralisação de quatro frigoríficos, somados à inadimplência de empreendimentos comerciais atingidos pelas águas.
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Santos relata receber diariamente queixas de empresas diante da dificuldade de acessar linhas de crédito oferecidas pelo governo federal a empresas, para a reconstrução do Rio Grande do Sul.
“As exigências de cadastro e de análise para aprovação estão muito rígidas. O que pedimos, neste período, somente para as empresas vítimas da catástrofe climática, é um tratamento diferenciado, para que essas empresas possam retornar e continuar gerando divisas para os municípios, Estado e União”, disse José Eduardo dos Santos.
O presidente da Asgav salientou o que o setor permanecerá insistindo na flexibilização dos critérios para concessão de financiamentos. “Vamos continuar reivindicando. Vamos continuar cobrando até o governo se sensibilizar”, anunciou.