Sindilat empossa diretoria com desafio setorial de avançar em competitividade

Sindilat empossa diretoria com desafio setorial de avançar em competitividade

Sindicato da Indústria de Laticínios do RS realizou cerimônia em Porto Alegre

Itamar Pelizzaro

Diretoria para o triênio 2024/2026

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O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) empossou na noite de quinta-feira, em evento na Capital, a diretoria para o triênio 2024/2026. Atual presidente, Guilherme Portella, diretor da Lactalis do Brasil, foi reconduzido à presidência. Na cerimônia, a entidade entregou o prêmio Destaques Sindilat 2023 para oito personalidades do agronegócio e divulgou os vencedores do 9º Prêmio Sindilat de Jornalismo. A solenidade contou com a presença do governador Eduardo Leite, secretários de Estados, deputados e representantes do setor produtivo. Portella disse que 2023 foi um ano desafiador em razão de adversidades climáticas e pela “bagunça” gerada no mercado pela importação de lácteos do Mercosul e reforçou que o desafio do setor continua. “A gente precisa cada dia mais avançar na nossa competitividade, ser competitivo. Não é uma imposição de futuro, é uma realidade”, disse.

Além de Portella, a diretoria do Sindilat contará com o 1º vice-presidente Alexandre Guerra (Cooperativa Santa Clara), o 2º vice-presidente Alexandre dos Santos (Laticínios Deale), o diretor secretário Caio Vianna (CCGL) e o diretor tesoureiro Angelo Sartor (RAR Alimentos).

Novo horizonte

Frente ao governador, Portella disse que produtores, indústrias e Estado precisam achar juntos uma forma de construir um novo horizonte para o setor. “O custo Brasil é um desafio, a tributação nos castiga, assim como os entraves logísticos, limitando muitas vezes investimentos e inclusive a agregação de valor à produção. A gente precisa se manter unido, todos os elos da cadeia. Só assim a gente pode mostrar que nossos pedidos não se tratam de benefícios, mas de ações essenciais para a vitalidade de um dos segmentos mais importantes da economia gaúcha”, afirmou. O presidente do Sindilat disse que o segmento é responsável por gerar empregos em praticamente todos os municípios gaúchos, pulverizando renda e oferecendo saúde à população por meio de seus produtos.

Guilherme Portella foi reconduzido à presidência da entidade | Foto: Dudu Leal / Divulgação Sindilat / CP

O presidente disse que a solução aos problemas do setor não virão em curto prazo. “É preciso que a gente transforme a realidade do tambo para gerar produtividade média, para que aumente a escala das indústrias e preencha a capacidade ociosa de nossas fábricas. Precisamos continuar enxugando despesas, avançar na seleção de rebanhos, em sanidade e bem-estar animal”, destacou. Portella falou também da necessidade de remuneração justa ao produtor de leite e disse que as importações deixarão de ser um problema quando o setor for mais eficiente e produtivo. “Que a gente possa deixar de reclamar de importações, porque ninguém vai ser tão eficiente como nós para produzir o leite”, afirmou.

Remédio amargo

Portella também abordou a atuação do Sindilat em debates políticos de interesse do setor. Mencionou o destravamento do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite) e reiterou que o principal desafio é a busca por competitividade. “O Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, mas ainda importamos cerca de 5% do que é consumido aqui. Acessamos timidamente o mercado externo, e é a partir disso que a gente vai conseguir crescer. Precisamos mudar essa condição”, frisou.

Em frente ao governador Eduardo Leite, que depois falaria sobre as discussões que envolvem o aumento da alíquota modal do ICMS de 17% para 19,5% ou cortes em concessões de incentivos fiscais, Portella disse que o setor compreende a situação pela qual passa o Estado e a necessidade de medidas extremas. “Ninguém aqui gostaria de ter de ministrar esse remédio amargo que está sendo discutido, mas, neste cenário, para nós mais amargo seria perder as iniciativas de equiparação fiscal que dispomos hoje. Cerca de 60% da nossa produção é comercializada para fora do RS, e perder qualquer uma das medidas vigentes representaria um declínio irrecuperável para indústrias e produtores”, disse.

Prêmio de Jornalismo

Na entrega do 9º Prêmio Sindilat de Jornalismo, o Correio do Povo foi agraciado com certificado e troféu pelo terceiro lugar na categoria impresso, com a reportagem “Fundos agropecuários públicos em xeque”, publicada em junho no caderno Correio Rural, de autoria do repórter Itamar Pelizzaro, da Editoria de Rural.

Guilherme Portella entrega prêmio ao jornalista Itamar Pelizzaro | Foto: Dudu Leal / Divulgação Sindilat / CP

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