Eleições 2022: As estratégias na reta final da campanha no RS

Eleições 2022: As estratégias na reta final da campanha no RS

Principais candidatos ao Palácio Piratini deverão intensificar as agendas na região Metropolitana de Porto Alegre

Flavia Bemfica

Candidatos definem estratégias para os últimos dias de campanha

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A 10 dias do primeiro turno das eleições de 2022, as equipes de campanha dos candidatos ao governo do Estado ajustam estratégias e intensificam ações para tentar garantir a passagem para a segunda etapa do pleito. Apesar das diferenças de pontos e de propostas, e da variação de planejamentos feitos nos bastidores, os cinco postulantes mais bem colocados nas sondagens de intenções de votos – Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (PL) e Vieira da Cunha (PDT) – terão uma ação comum e bastante tradicional na reta final até 2 de outubro. Vão intensificar agendas na região Metropolitana de Porto Alegre, principalmente na segunda metade da semana que antecede a votação.

O objetivo é claro: conquistar simpatizantes na região que concentra o maior número de eleitores do Estado, o que pode garantir tanto a consolidação dos que estão à frente como promover alterações com potencial para surpreender. Isto não se deve apenas ao fato de Porto Alegre, maior colégio do Rio Grande do Sul, ter, sozinha, 12,8% dos votantes. Ocorre também porque, quando contabilizados alguns dos maiores municípios da região (como Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Viamão, Cachoeirinha e Sapucaia do Sul, todos com mais de 100 mil eleitores), o índice duplica. Ou seja, a Capital e mais outras sete cidades do entorno, somadas, possuem mais de um quarto do eleitorado gaúcho. As ações concentradas não impedirão também incursões específicas. Onyx, por exemplo, vai fazer uma ofensiva final em Caxias do Sul, segundo maior colégio do Estado, na metade da semana. E Leite, antes das atividades na região Metropolitana, vai começar a semana passando por sua cidade, Pelotas (quarto maior colégio), e por Santa Maria (quinto maior).

Para o público externo, os estrategistas de campanha do tucano e do deputado (que aparecem em diferentes sondagens como os com os maiores índices de preferência do eleitorado até agora) garantem que, à exceção de ajustes pontuais, nada mudará na última semana de campanha em relação às linhas adotadas até aqui. Além das agendas com os próprios candidatos, o uso da criatividade nas redes sociais, o aumento da visibilidade nos materiais nas ruas e uma reta final na propaganda no rádio e na TV (que termina na próxima quinta-feira, 29, neste primeiro turno) na qual haverá um apelo mais emotivo aos eleitores. Até aí, nenhuma novidade.

“Seguimos nossa linha de apresentar as entregas do governo e projetar um novo período com maior capacidade de investimento do Estado. Por isto entendemos que o voto que está com o Eduardo permanece com ele e que temos bom potencial de conquista de indecisos”, explica o coordenador de campanha de Leite, Caio Tomazeli. “Desenhamos um projeto, com destaque no governar para todos, avaliamos que ele está tendo êxito, procuramos dar um tratamento homogêneo às diversas ferramentas de campanha e não nos balizamos pelas pesquisas”, elenca Daniel Ramos, coordenador de comunicação da campanha de Onyx.

Apesar da aparente tranquilidade, contudo, nos bastidores dos comandos de campanha há uma atenção especial a pelo menos três fatores: os altos índices (quase 50%) de eleitores que não apontaram candidato nas últimas rodadas de pesquisas espontâneas (aquelas que não colocam opções aos entrevistados); a possibilidade do surgimento das chamadas ‘bombas’, quando uma das campanhas consegue dar amplitude a um determinado fato ou versão com potencial para abalar de forma significativa um dos adversários; e, a partir da experiência de 2018, a chance de a eleição nacional, ou até da disputa para o Senado, na reta final, drenar votos para um ou outro concorrente ao Piratini. “Esta questão da definição do voto entre aqueles que ainda não se decidiram não é uma preocupação, mas merece atenção, e estamos atentos. Sabemos todos que tem muito para acontecer neste pouco tempo”, resume Tomazeli.

 


Correio do Povo
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