Atenção ao Grenning na colheita de citrus gaúchos
IBGE estima safra de frutos gaúchos em 500 mil toneladas, mas a Emater/RS-Ascar projeta volume menor em razão dos extremos do clima
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A citricultura gaúcha, majoritariamente familiar, deve colher em torno de 500 mil toneladas de frutas em 2025. O número estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é robusto e um pouco mais elevado do que o projetado pela Emater/RS-Ascar de 450 mil toneladas de bergamotas, laranjas e limões. Em 2024, a enchente histórica no Rio Grande do Sul ocasionou muitos prejuízos para os citricultores que, neste ano, sofrem as consequências da estiagem no verão 2024/2025.
A perspectiva calculada pelo IBGE é citada pelo assessor técnico da Câmara Setorial da Citricultura e chefe da Divisão Agropecuária do Departamento de Governança dos Sistemas Produtivos da na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulo Lipp, para exemplificar a relevância econômica e social do setor que vem sendo impactado por sucessivos eventos climáticos extremos no Estado. “Em algumas regiões como o Norte e Noroeste, a estiagem deste ano afetou a produtividade, com uma diminuição de 20% da produção em alguns municípios”, afirmou.
Lipp recorda que a enchente histórica de maio do ano passado impactou em prejuízos elevados para os produtores.
“Para os citricultores que tiveram seus pomares próximos ao curso do rio Caí e outros, as plantas ficaram submersas por vários dias com perda total das frutas. E o excesso de chuvas durante todo aquele mês afetou também pomares mesmo em locais longe dos rios pela queda de frutas que estavam prontas para serem colhidas”, destacou.
O assessor disse que no Estado o cultivo de citrus envolve aproximadamente 35 mil hectares, sendo 22 mil de laranjas, 12 mil de bergamotas e 1 mil de limões considerando pomares comerciais e os de subsistência. “O Valor Bruto de Produção dos citros chega a R$ 700 milhões somente entre os produtores rurais”, explicou.
Sobre o registro de focos Greening, doença que afeta as plantas cítricas em todo o mundo, e que foi registrada em Santa Catarina e na Argentina, Lipp ressalta que o Rio Grande do Sil segue livre de focos. “A defesa da citricultura, além do trabalho importante dos fiscais estaduais e federais, depende muito também dos produtores e dos municípios através das secretarias municipais que podem auxiliar na prevenção a doença impedindo a venda de mudas ambulantes e outras sem a devida origem e documentação sanitária”, completou.
